Faltando um dia para a eleição, saiba como lidar com a ansiedade eleitoral

Alexandre Muniz Por Alexandre Muniz
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Especialistas indicam que não existe um quadro denominado ansiedade eleitoral, mas que uma crise pode ser disparada pelo período das eleições

“Esta eleição mexeu comigo. Fico nervoso quando converso com alguém que só tem discursos prontos, baseados em fake news. Tento dialogar com quem pensa diferente de mim, mas vejo que muita gente está cega, defendendo um candidato com base em mentiras ou discursos prontos. Não há um debate saudável”, relatou o eleitor Maxwell Souza, 32 anos, que teve duas fortes crises de ansiedade quando discutia sobre o atual momento político do Brasil, e desde o primeiro turno apresenta medo, dores no estomago e falta de apetite.

Segundo o psiquiatra Daniel Barros, a proximidade das eleições deste domingo (30), pode levar a crises de ansiedade: “A ansiedade pode ser causada por muitos fatores, situações e contextos nos quais da pessoa se vê e que parece ameaçador, amedrontador. Se a pessoa se sente amedrontada pelo momento do período eleitoral, então ela estará ansiosa por conta do período eleitoral”, disse Barros.


Manifestantes portando bandeiras para acampanha eleitoral de Bolsonaro e Lula (Foto: Reprodução/Reuters)


Especialistas relatam que a ansiedade é uma reação natural do corpo humano, e é caracterizada por um mix de reações psicológicas e físicas ao estresse. Normalmente, sensações de preocupação e aflição aparecem no campo psíquico, enquanto dor de estômago, batimento cardíaco acelerado, insônia, tontura entre outros que acontecem em nossa fisiologia. Também aparecem sintomas comportamentais como desinteresse em sair de casa, incapacidade de encontrar pessoas, paralisação e congelamento.

Para a psicóloga Mariangela Savoya, integrante do Programa Ansiedade do Instituto de Psiquiatria (IPq) da Universidade de São Paulo (USP), as pessoas que ficam mais ansiosas no período eleitoral são as que tem alguma propensão ao quadro ou já lutam contra a doença: “São pessoas que têm maior dificuldade de lidar com situações incontroláveis e não sabem como reagir em uma situação em que não pode fazer nada.”

O psiquiatra Daniel Barros, explica que para conter uma crise devemos usar métodos convencionais para diminuir a ansiedade: “Já que não é possível tirar o problema da frente, vale tirar um pouco o foco do problema. Então, estratégias de distração, de engajamento em outras atividades, de coisas que cabem no nosso foco, além de exercícios de relaxamento, de meditação. Tudo isso pode ajudar conter a ansiedade”.

Os profissionais da área dizem que as pessoas que sofrem com crises rotineiras de ansiedade, devem procurar ajuda de um médico especializado, enquanto não é necessário para as que tem apenas um momento isolado de estresse. Geralmente a busca por um psiquiatra se faz essencial quando realizar tarefas simples do cotidiano gera estresse ou preocupação em excesso, gerando dores na barriga e desconfortos recorrentes.

Foto destaque: Mulher usando máscara e votando na urna eletrônica. Reprodução/Jovem Pan

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