Na comemoração da Portuguesa pelo título da Série A2 do Campeonato Paulista no último domingo (17), a grande estrela foi Gustavo, filho de apenas quatro anos do goleiro do time, Thomazella. O pequeno enfrenta um câncer raro, o linfoma de Burkitt.
O câncer ataca as células e tem alta taxa de duplicação, em que aumenta rapidamente de tamanho. A doença que é mais comum aparecer em crianças e jovens adultos, é um subtipo de linfoma não-Hodgkin.
O líder do Centro de Referência de Neoplasias Hematológicas do A.C.Camargo Cancer Center, Jayr Schmidt Filho, diz que esse linfoma é agressivo e que as células afetadas se dividem numa velocidade muito rápida, e que apesar do crescimento do tumor ser muito rápido, a doença possui uma curabilidade boa.
A médica hematologista do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, Luciana Tucunduva, explica que a doença não tem causa direta. “É um erro nas células quando estão sendo produzidas. Ele é agressivo, se desenvolve rápido, mas com chance de cura muito alta“, diz a médica.
Na classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS), existem três tipos de linfoma de Burkitt: Endêmico, que é mais comum na África; o Esporádico, quando aparece do nada; e o associado à imunodeficiência.
Gustavinho de apenas 4 anos luta contra câncer raro. Reprodução (Arquivo pessoal/Crys Fukuyama)
Os sintomas do linfoma de Burkitt são, principalmente, febre, suor excessivo à noite, ínguas no pescoço, axilas ou virilha, além de perda de peso sem causa aparente. O médico Jayr Schmidt exemplifica. “Além do tamanho dos linfonodos, temos também os sintomas chamados de ‘B’: febre mais para o final do dia, que não passa de 39 e que não está associada a nenhuma infecção; sudorese à noite, chamada de paradoxal, que não tem relação com o clima e é desproporcional; e uma perda de peso de mais de 10% do peso habitual sem intenção, ou seja, a pessoa não fez dieta, não parou de comer – é uma perda de peso sem causa explicável“, explica o onco hematologista.
O diagnóstico é feito através de uma biópsia na área do tumor. O tratamento é a quimioterapia, nela, o médico Schmidt explica que o tratamento é mais tenso, mas em um intervalo mais curto. A cura depende de fatores variados, como a idade do paciente. Para Gustavo, o filho do goleiro da Portuguesa, a expectativa é que a doença esteja totalmente controlada em julho.
Foto destaque: Gustavo com o seu pai. Reprodução/Instagram