Fiocruz produzirá cem milhões de mosquitos com bactéria que impede transmissão da dengue

Rodrigo Salzano Por Rodrigo Salzano
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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com o World Mosquito Program (WMP) anunciaram na última quinta-feira (30) a expansão do método Wolbachia no Brasil com a construção de uma biofábrica que será capaz de produzir até 100 milhões de mosquitos por semana, chegando a 5 bilhões ao ano. Esses Aedes aegypti são criados com a presença da bactéria wolbachia, um microrganismo que diminuí a capacidade desses vetores transmitirem dengue, zika e chikungunya, ajudando a combater a disseminação dessas doenças.

“O Ministério da Saúde está comprometido de implantarmos (o Wolbachia) no menor tempo possível e no maior número de municípios. A gente espera que, ao final de 4 anos, nós possamos ter pelo menos uns 70% dos municípios que enfrentam hoje a maior carga da doença cobertos com a nova tecnologia”, afirmou Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS), em evento de lançamento da parceria.

O investimento necessário para a construção da biofábrica é de R$ 100 milhões, oriundos de recursos do WMP e do Instituto de Biologia Molecular do Paraná. Ainda sem local definido para a construção, a expectativa é que já inicie o seu funcionamento até o início de 2024. O projeto também receberá R$ 50 milhões do WMP e R$ 30 milhões do Ministério da Saúde para a ampliação imediata do método para outros estados e municípios.


Biofábrica que será construída pela Fiocruz. (Reprodução/Divulgação/Fiocruz)


“Nós temos um mapeamento prévio desses municípios e durante essa semana vamos continuar a discussão com os pesquisadores que participam do projeto para refinar essas escolhas”, disse a diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde Alda Maria da Cruz.

A wolbachia é uma bactéria presente em quase metade dos insetos, mas não é encontrada no Aedes aegypti na natureza. Quando adicionada, ela impede o desenvolvimento dentro do mosquito do vírus da dengue, do zika e da chikungunya, reduzindo a possibilidade da disseminação das doenças na população. Com a liberação dos Aedes aegypti nas cidades, eles começam a se reproduzir e com tempo a população passará a ser apenas dos mosquitos que carregam a bactéria. O programa já alcançou cinco cidades brasileiras: Rio de Janeiro, Niterói (RJ), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS) e Petrolina (PE).

 

Foto destaque: Futura biofábrica da Fiocruz. Reprodução/Divulgação/Fiocruz

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