Haiti passa por surto de cólera em meio a crise política

Sergio Gelio Por Sergio Gelio
2 min de leitura

O Haiti passa por novo surto de cólera. Já são 18 mortes e 32 casos confirmados, além de centenas de casos suspeitos até o dia 9 de outubro. Enquanto isso, o país passa por uma crise política e econômica que levou ao fechamento de uma série de estabelecimentos, incluindo hospitais. Há risco da propagação de novas doenças como a poliomielite. A recomendação é de que os cidadãos mantenham a higiene das mãos e consumam água potável.

 Há cerca de um mês, um bloqueio de gangues fechou um terminal de distribuição de combustível importante no país. A movimentação aconteceu, pois o governo decidiu aumentar o preço dos combustíveis em meio à crise. A situação política do Haiti é instável desde 2018 e, mesmo em meio a pandemia, os protestos não param. O primeiro-ministro, Ariel Henry, assumiu o cargo após seu antecessor, Jovenel Moïse, ser assassinado.


Foto: Protestos no Haiti. Reprodução/Jeanty Junior/Reuters


A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) alerta para o risco de surto de novas doenças. O Haiti é um dos países com risco “muito alto” de transmissão da poliomielite. Os outros são Brasil, República Dominicana e Peru. Segundo Carissa Etienne, diretora da Opas, apenas 51% estão totalmente vacinadas contra a pólio no Haiti. “Isso está bem abaixo dos níveis recomendados, deixando o Haiti em altos riscos de novos surtos”.

O Haiti já passou por um surto de cólera anteriormente, em 2010. Na ocasião, cerca de 10 mil pessoas morreram. Forças de paz das Nações Unidas teriam despejado esgoto infectado em um rio e propagado a doença. Elas estavam estabelecidas no país desde 2004 após a queda do presidente Jean-Bertrand Aristide. Em 2016, as Nações Unidas pediram desculpa pelo ocorrido, mas sem assumir a responsabilidade. Em 2020, a Opas revelou que o Haiti passou um ano sem casos confirmados de cólera.

Foto destaque: Crise política no Haiti. Reprodução/Jeanty Junior/Reuters

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