Conhecida desde 1940, o lipedema foi oficializada como uma doença pela Organização Mundial de Saúde (OMS) só no início de 2022. Chamada também de síndrome de gordura dolorosa, é uma condição crônica que afeta cerca de 10% da população mundial com um acúmulo de gordura nos braços, quadris, pernas e atinge mais as mulheres.
Como fica o corpo em casos mais graves de lipedema (Foto: Reprodução/Cirurgião Vascular)
Mas ao contrário da gordura comum, a do lipedema não desaparece com dieta e exercícios físicos. A condição atinge o tecido adiposo, que causa inflamação na fibrose e inchaços responsáveis por problema de locomoção, dores e sensação de peso nas áreas afetadas.
Por muitos anos, o lipedema chegou a ser confundido com obesidade. A condição é considerada hereditária, pelos hormônios estrogênio e progesterona, que estimulam as células se inflar de forma anormal.
“Muitas vezes, a mulher com lipedema tem a gordura, mas não é só isso. Tem também a questão vascular, ou seja, tem as varizes expostas, manchas, dor na articulação, e os sinais internos, como dor à pressão, pernas pesadas e dor latente”, explica o cirurgião vascular Vitor Gornati, do Instituto Lipedema Brasil.
20% das mulheres com lipedema também possui linfedema, um acúmulo de líquido nos tecidos que aumenta ainda mais o inchaço. A única forma de curar o lipedema é só com cirurgia. No procedimento, o médico reome as células adiposas doentes para que não se multipliquem e continuem fazendo mal à paciente.
Porém, o tratamento não está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e nem é coberto pelos planos de saúde. As opções disponíveis são o uso de plataforma vibratória para redução do inchaço, drenagem linfática para remover o excesso de líquido e atividade física de baixo impacto.
Para a nutricionista Claudia Bellini, ainda é necessário optar por uma alimentação anti-inflamatória, rica em legumes, verduras, leguminosas, tubérculos, raízes e rizomas, ervas e especiarias, gorduas boas, oleaginosas, grãos e sementes.
Foto destaque: Pés no chão em frente ao espelho. Reprodução/Folha Vitória