Médico afirma que a variante Ômicron da Covid-19 pode se tratar de um novo vírus

Felipe Yamauchi Por Felipe Yamauchi
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Desde o surgimento da variante Ômicron do Coronavírus, a pandemia da doença conseguiu atingir níveis alarmantes. Novos picos de infecções e até as reinfecções passaram a ser registradas no mundo todo. Desta forma, mais estudos foram realizados e constataram que as vacinas já disponibilizadas sofriam certa queda no quesito de efetividade, preocupando ainda mais os médicos.

Na palestra 24° Jornada Nacional de Imunizações (SBIm) 2022, que está sendo realizada entre 7 até 11 de setembro, o infectologista e professor do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Esper Kallás, falou sobre a hipótese de classificar essa subvariante da Covid-19 de “Sars-CoV-3”.

Até dezembro de 2021, a pessoa que se infectava mais de uma vez com outra variante era considerado um caso raro. Depois da confirmação da Õmicron, uma ‘nova’ pandemia começou e veio de uma forma avassaladora”, contou. Para esta variação, o vírus sofreu uma mutação na região da espícula viral, onde o patógeno pode invadir as células humanas e se multiplicar.


   Foto: Vírus da Covid-19 no organismo humano/ Reprodução: Agência Brasil/ NIAID


Essa mudança deixou o vírus mais transmissível e também mais forte de ser combatido pela defesa das outras infecções. “Ele é como um novo patógeno, muito diferente do encontrado em Wuhan na China e das variantes Alfa, Gama e outras. A Ômicron pode sim ser classificada como o ‘Sars-CoV-3’”, revelou Esper.

Mesmo com cada vez mais variantes surgindo de tempos em tempos, algumas empresas farmacêuticas como a Moderna e a Pfizer/BioNTech, já conseguiram criar novas vacinas. Essas novas criações são feitas com uma fórmula bivalente, pois resulta da junção da cepa original com a subvariante BA.1 da Ômicron. Elas contam com a autorização de uso pelas principais agências reguladoras internacionais, como a da União Europeia.


   Foto: Vacina da Covid-19/ Reprodução: Agência Brasil/ REUTERS/ Dado Ruvic/ Direitos Reservados


Uma das saídas é adaptar as vacinas. Adicionar a nova variante Ômicron na mistura é uma opção viável e já conta com a autorização da Agência reguladora dos Estados Unidos”, disse Kallás. A empresa Pfizer já encaminhou para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), um documento pedindo o uso emergencial da nova vacina, contudo os dados seguem sob análise.

Para finalizar seu pensamento, Esper ainda afirmou que mesmo não estando as vacinas atualizadas sendo aplicadas, a população precisa continuar indo aos postos de vacinação, pois ainda assim, os imunizantes aplicados atualmente ajudam a diminuir os riscos graves da doença e até o risco de morte. 

Foto Destaque: Vírus da Covid-19/ Reprodução: OGLOBO/ Alissa Eckert/ Dan Higgins/ CDC

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