Melhorias habitacionais elevam autoestima de famílias de baixa renda

Isadora de Oliveira Silva Por Isadora de Oliveira Silva
3 min de leitura

Segundo o G1, melhorias habitacionais têm um impacto significativo na percepção de autoestima e qualidade de vida de pessoas de baixa renda, como revelado por um recente relatório da organização Habitat Para a Humanidade. O estudo se baseou na experiência de beneficiários de seu programa de melhorias habitacionais, que atendeu 243 famílias nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, principalmente no Estado de São Paulo. As intervenções incluíram a instalação de vasos sanitários, a troca de pias e a impermeabilização de paredes, ações relacionadas a saneamento básico e higiene que demonstraram ter um impacto profundo no bem-estar das famílias de baixa renda.

 

Impactos

Os moradores relataram uma série de melhorias após as intervenções. Impressionantes 98% afirmaram que experimentaram um aumento na autoestima, enquanto 96% notaram uma melhoria na privacidade. Além disso, 97% relataram um aumento no conforto de suas casas, e 89% sentiram que suas casas se tornaram mais seguras. Significativos 81% mencionaram uma melhoria no bem-estar de suas famílias. Notavelmente, entre as 170 famílias que tinham membros com doenças respiratórias, a maioria observou uma diminuição na frequência e intensidade dos sintomas após as reformas habitacionais.

Esses resultados mostram que as melhorias habitacionais não são apenas estéticas; elas têm um impacto profundo na qualidade de vida das pessoas, afetando sua saúde física, emocional e psicológica. A diretora executiva da Habitat Brasil, Socorro Leite, enfatizou a importância de oferecer condições básicas, como saneamento, privacidade, segurança, espaço e conforto, para que as pessoas tenham uma vida digna.


Casas feitas pela ONG Habitat para a Humanidade Brasil, em 2022 no Nordeste. (Foto: reprodução/Brasil de Fato)


Visão profissional

De acordo com o arquiteto e urbanista Kazuo Nakano, especialista em questões habitacionais, os achados do relatório estão alinhados com pesquisas anteriores sobre o tema. Ele explicou que as condições da habitação desempenham um papel fundamental na saúde e no bem-estar das pessoas, influenciando tanto a saúde física quanto a mental. Nakano enfatizou que as condições de moradia afetam a maneira como as pessoas se relacionam com o mundo e com os outros, destacando a importância de proporcionar condições que permitam a adoção de hábitos de higiene e organização.

Além disso, Nakano mencionou que essas descobertas têm orientado políticas públicas voltadas para pessoas em situação de rua, uma vez que a melhoria das condições de moradia pode tornar mais eficazes as ações complementares destinadas a melhorar a qualidade de vida dessas pessoas, como cuidados com a saúde e inserção no mercado de trabalho.

 

Foto destaque: Pessoa feliz. Reprodução/Pexels/Mehmet Turgut Kirkgoz

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