Em levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), com dados do Sistema de Informação Ambulatorial do Ministério da Saúde, apontou que o número de atendimentos em adolescentes de 12 a 18 anos é 18 vezes menor que o de meninas ao ginecologista na mesma faixa etária.
As consultas no SUS são gratuitas para meninos de 11 a 14 anos (Reprodução/Dr.Tiago Aguiar)
Em setembro, a SBU realiza a campanha #VemProUro, para enfatizar a importância dos meninos cuidarem da saúde genital e reprodutiva, além da vacinação contra o HPV em cânceres provocados pelos vírus. O HPV é a principal causa de câncer de colo de útero e está associado ao câncer de pênis.
“Enquanto as meninas, após saírem do pediatra, em sua maioria seguem conectadas com a sua saúde sobretudo através do ginecologista, cuidando e sendo orientadas sobre sua saúde geral e genital, o menino de repente cai em um limbo de assistência médica, muitas vezes por achar que não é necessária, mas outras simplesmente porque não tem ideia do que isso possa trazer em termos de benefício”, disse a médica Karin Anzolch, diretora de comunicação da SBU.
A especialista afirmou que o homem só vai ao médico quando está doente e isso pode trazer prejuízos à saude a longo prazo.
“Talvez o legado mais importante de toda a campanha seja realmente a aproximação precoce do menino com os cuidados de saúde, incluindo a genital, tão importante para a qualidade de vida, para as relações e para a saúde global, seja através do urologista, do clínico geral, do hebiatra ou do médico da família”, completou a médica.
Os dados de atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) apontam que em 2020, as meninas entre 12 e 19 anos foram ao SUS 2,5 vezes mais que os meninos: 10.096.778 de meninas contra 4.066.710 de meninos. Em 2021, comparando o número de atendimentos femininos por ginecologistas com meninos em urologista foi de 189.943 atendimentos contra 10.673 masculinos.
Foto destaque: Criança sendo atendida pelo urologista. Reprodução/iStock