Mesmo sem sintomas é confiável fazer o autoteste de Covid-19

Felipe Yamauchi Por Felipe Yamauchi
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Desde o fim de maio, o Brasil está enfrentando um aumento no número de infectados por Covid-19, por isso muitas pessoas com sintomas da doença ou até mesmo assintomáticas não estão conseguindo fazer os testes em laboratórios e hospitais, pois a demanda é muito alta. Uma saída encontrada é o uso dos autotestes, que são bastante úteis, já que a própria pessoa faz a coleta, todas as etapas e até a interpretação do resultado, sem o auxílio de um profissional da área de saúde.

O consultor farmacêutico do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, Ronan Cleiton Loures da Silva, explicou que: “O autoteste pode ser feito do 1° até o 7° dia que começou a manifestação dos sintomas. Se a pessoa estiver assintomática, ela poderá fazer a partir do 5° dia de contato com uma pessoa que testou positivo para a Covid-19”. Vale ressaltar que, segundo o Ministério da Saúde, o autoteste é como uma pré-triagem no diagnóstico de Covid-19, ou seja, ele não dá a resposta definitiva e sim uma possibilidade de infecção da doença em indivíduos positivos.

Se o resultado do autoteste for positivo e a pessoa ter ou não os sintomas, a confirmação do diagnóstico deverá ser feita em um serviço de saúde, onde o infectado receberá as instruções corretas para o isolamento e seus cuidados básicos. Fora isso, o doente precisará informar as pessoas com ele teve contato recentemente. A médica infectologista da UK Health Security Agency e pesquisadora no Departamento de Saúde Populacional da Universidade de Oxford, na Inglaterra, Ana Luiza Gibertoni Cruz, afirma que: “Uma pessoa assintomática pode testar positivo, pois ter os sintomas da infecção por SARS-CoV-2, não é sempre necessário para ter o diagnóstico”.

Para ela, não ter os sintomas da doença, não significa que não seja possível a transmissão da doença para outras pessoas. “Mesmo com o pico viral mais baixo, o risco de transmissão não é zero. A pandemia se alastrou porque não conseguimos evitar os surtos pelas pessoas assintomáticas”, conta a médica.


Foto: Pessoa fazendo autoteste de Covid-19/Reprodução: SANTA PORTAL/ Pixabay


A coordenadora de orientação farmacêutica do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, Daniela Caroline de Camargo Veríssimo, afirma que: “Como o resultado do autoteste serve para a orientação e não é definitivo, pode ser necessária a realização de outro para a confirmação. Porque se mesmo com os sintomas a pessoa testou negativo, ela pode procurar a orientação de um médico e assim ele indicará outra modalidade de testagem para a confirmação”.

Mesmo que a pessoa esteja sem sintomas, o ideal é que ela tente manter o isolamento e procure fazer o autoteste após o 5° dia de contato. “Essa estratégia acontece porque a carga viral se fortalece após o período inicial de incubação e replicação viral, facilitando a detecção pelo teste”, explica o coordenador de Infectologia do Hospital Leforte Dasa São Paulo e infectologista da Divisão de Infectologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Igor Maia Marinho.

Sendo assim, a infectologista de Oxford, Ana Luiza Gibertoni Cruz, afirma que: “O contato com alguém doente, pode demorar até 10 dias para o início da manifestação dos sintomas, por isso, quem se vacinou deve usar máscara sempre na proximidade com outras pessoas e fazer o teste dali cinco dias. E para os não vacinados, devem se isolar por cinco dias, fazer o autoteste no 5° dia depois do contato e caso dê negativo, deve continuar usando a máscara por mais cinco dias”.

Foto de Destaque: Médica segurando autoteste de Covid-19/Reprodução: AgênciaBrasil

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