Ministério da Saúde estima que mais de um milhão de pessoas portam HIV no Brasil

Nicolas Pegorare Por Nicolas Pegorare
7 min de leitura

Porém, existem formas de prevenção do vírus, que vão além de preservativos 

O boletim epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde revela: mais de um milhão de pessoas vivem com HIV no Brasil. Somente em 2022, foram registrados mais de 16,7 milhões de casos. 

HIV e Aids são doenças diferentes, mas causadas pelo mesmo vírus. A síndrome de imunodeficiência adquirida (aids) leva a perda progressiva da imunidade. Conforme a doença avança, o organismo fica mais fragilizado, chegando ao ponto de não conseguir ser defender contra as chamadas infecções oportunistas, que podem ser desde candidíases a até mesmo quadros de meningite , toxoplasmose e tuberculose. Sem o tratamento, o paciente pode chegar rapidamente ao quadro mais avançado da doença. 

A maior parte dos infectados são jovens de 25 a 39 anos, com distribuição similar entre os sexos; 52,4% em homens e 48,4% em mulheres.  

No início, o vírus pode se manifestar de forma leve. Os sintomas mais comuns são: febre, manchas na pele, dor de cabeça, garganta, pescoço e dores musculares. Também pode haver a presença de ínguas no pescoço, axilas e virilha. Sem tratamento, o HIV compromete o sistema imunológico, enfraquecendo assim a defesa do organismo contra outras doenças.  


Vírus HIV: (Reprodução/Pixabay)


Porém, o Ministério da Saúde esclarece que quem vive com HIV não evolui necessariamente para o quadro de Aids. As pessoas podem viver anos portando o vírus sem a presença de nenhum sintoma sequer. Além disso, os tratamentos antirretrovirais impedem a replicação viral no organismo.  

O tratamento antirretroviral pode permitir que pessoas portadoras do vírus vivam uma vida norma, muito semelhantes às chamadas “soro negativo”, ou seja, que não portam o vírus HIV. O diagnóstico precoce e o acompanhamento médico são fundamentais para a não evolução da doença 

Como o HIV e Aids são ISTs (Infecções sexualmente transmissíveis), existem diversas formas de transmissão, tais como: 

  • Sexo vaginal, anal e oral sem preservativo com quem é portador e não faz tratamento 
  • Compartilhamento de instrumentos perfurocortantes como seringas, alicates de unha e aparelhos de barbear   
  • Transfusão de sangue contaminado 
  • Durante gravidez, parto ou amamentação, por meio da transmissão vertical, ou seja, da mãe para o bebê. 

Por outro lado, existem condutas que não transmitem HIV, que tornam a vivência e convivência de e com pessoas portadoras normal, como: 

  • Beijo no rosto e boca 
  • Sexo com uso correto de preservativo 
  • Contato com suor ou lágrima 
  • Compartilhamento de sabonetes/lençóis/toalhas 
  • Picada de inseto  
  • Cumprimentos, como aperto de mão ou abraço  
  • Compartilhamento de talheres e copos 
  • Doação de sangue  
  • Banho de piscina  
  • dividir assento em transporte público  
  • Pelo ar  

O uso da camisinha é o método mais comum para a prevenção de ISTs, principalmente HIV e Aids. O preservativo masculino deve ser colocado antes da penetração com o pênis ereto. Já o feminino pode ser inserido na vagina horas antes do ato. Ambos os tipos são feitos de látex ou borracha nitrílica, sendo esse último mais comuns nos preservativos femininos. Os dois tipos são distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e são encontrados em estações de trens e metrôs e em hospitais e postos de saúde da rede pública de saúde. 

Para as pessoas que podem ter sido expostas ao vírus, existe uma medida de urgência de prevenção: a Profilaxia Pós-Exposição (PEP). Tal medida consiste basicamente em uso de medicamentos profiláticos.  

A medicação deve ser iniciada o mais rápido possível e em uma janela de tempo curta: sendo o mínio de duas horas e (preferencialmente) e um máximo de 72 horas após a exposição. O PEP tem uma duração de 28 dias e deve ter acompanhamento de uma equipe médica. Os medicamentos são disponibilizados pelo SUS. 

Outra forma de prevenção é a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), indicada para pessoas que não portam o vírus.  

A prevenção consiste na utilização diária de dois medicamentos antirretrovirais (tenofovir+entricitabina) com composição similar aos medicamentos usados para para o tratamento do vírus, reduzindo em até 90% o risco de infecção. 

Os medicamentos da PrEP são retirados de uma forma diferente. Só é possível se condicionada à consultas regulares aos serviços de saúde. Então, o paciente deve realizar exames de acompanhamento a cada três meses, a fim de verificar a reação dos medicamentos no organismo, além de testes para HIV, sífilis e hepatites B e C. 

O medicamento começa a fazer efeito entre 7 e 20 dias de uso, a depender da regularidade e tipo de relação sexual do paciente. A PrEP é gratuita no SUS, mas pode ser comprado pela rede privada também, com o nome comercial de truvada e somente com prescrição médica.  

O diagnóstico do HIV, quando precoce, pode aumentar a expectativa de vida do portador. A detecção da infecção pode ocorrer em pelo menos 30 dias a contar da situação de risco. O teste rápido e o exame laboratorial estão disponíveis no SUS. 

Aos que estiverem em situação de risco de contágio , basta procurar uma Unidade básica de saúde (UBS) e realizar o teste rápido anti-HIV, que pode ser feito por coleta de sangue ou fluido oral, detectando anticorpos contra HIV em menos de 30 minutos. 

Além da rede pública de saúde, os testes podem ser realizados nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) de forma anônima.   

 

Foto de destaque: Coquetel de remédios formando HIV. Reprodução/Pixabay 

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