O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga fez, neste último domingo (6), via rede obrigatória de TV e rádio, um apelo aos pais e responsáveis para que vacinem os seus filhos contra a poliomielite. O Brasil, segundo a Organização Pan-americana se Saúde (Opas), era considerado livre desta doença há quase 30 anos. Apesar disso, a adesão às campanhas de vacinação contra a pólio diminui progressivamente a cada ano, o que coloca em risco a saúde de crianças por todo o país.
Ao menos 95% das crianças deveriam ter sido vacinadas contra a poliomielite para a imunidade ser assegurada, mas menos de sete em dez delas, de 0 a 5 anos, receberam o imunizante na campanha de vacinação deste ano. Em 2021, o indíce de imunização foi de 67,1%, considerado baixo pelos especialistas (o índice ideal de imunização foi alcançado pela última vez há seis anos). Segundo o Ministério da Saúde, apenas os estados da Paraíba e do Amapá passaram dos 90%.
Criança sequelas da poliomielite sendo ajudada por um médico (Foto: Reprodução/ Biosom)
Foi lançado, no início deste mês, o plano de combate à poliomielite pelo Governo Federal. Ele assegura o apoio operacional e o fortalecimento dos processos de vigilância nos estados e municípios, além da garantia do acesso ao imunizante, o que vai disponibilizar a vacina nos postos durante todo o ano. Ainda assim, há o desafio da cultura de negligência de risco.
A percepção do risco oferecido pela pólio, por parte das famílias e dos responsáveis, se perdeu ao longo de tantos anos sem o registro de casos da doença no país. Além disso, há ainda famílias que desconfiam da eficácia da vacina. O resultado é percebido no número baixo de crianças vacinadas e, também, no risco da volta da poliomielite em solo brasileiro.
Foto destaque: criança sendo imunizada contra a pólio. Reprodução/Paho