Mortes no esporte: os riscos de atividades de alto volume ou intensidade

Heloisa Santos Por Heloisa Santos
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Na busca por uma vida mais saudável, a prática regular de atividades físicas é amplamente recomendada pelos diversos benefícios para a saúde. No entanto, quando se trata de atividades intensas e extenuantes, é preciso ficar atento dos riscos envolvidos. O Dr. Lucas Caseri, especialista em Medicina do Esporte, destaca a importância da avaliação médica e da identificação de fatores de risco antes de se engajar em práticas esportivas intensas.

O especialista explica que, embora a morte súbita durante a prática esportiva seja rara, existem certos riscos envolvidos, especialmente durante atividades físicas intensas. “Durante o exercício, fatores como aumento repentino ou queda significativa da pressão arterial, aumento da frequência cardíaca e desidratação podem desencadear arritmias cardíacas potencialmente fatais”, destacou o Dr. Caseri. No entanto, ele enfatizou que a prática regular de atividades físicas oferece diversos benefícios à saúde, como a redução do risco de doenças cardiovasculares e mortalidade em geral.

O médico ressaltou que muitas vezes os fatores de risco individuais podem ser desconhecidos pelas pessoas ou apresentar-se de forma assintomática. “Hipertensão arterial, arritmias e hipertrofia cardíaca são exemplos de condições que podem aumentar o risco durante a prática esportiva”, afirmou. Ele enfatiza que alguns fatores, como histórico familiar e genético, não podem ser eliminados, mas é possível mapeá-los e controlá-los. Por outro lado, fatores relacionados ao estilo de vida, sinais e sintomas podem ser identificados e levados em consideração para minimizar complicações.

Lucas Caseri menciona o Questionário de Prontidão para Atividades Físicas (PAR-Q), que inclui perguntas relevantes para orientar a avaliação dos riscos envolvidos:

1 – Algum médico já disse que você possui algum problema cardíaco e que só deveria praticar atividade física sob supervisão de profissionais de saúde?

2 – Você sente dores no peito durante a prática de atividades físicas?

  • 3 – Nos últimos meses, você sentiu dores no peito durante a prática de atividades físicas?
  • 4 – Você experimenta tonturas ou perda de consciência relacionadas ao desequilíbrio?
  • 5 – Você possui algum problema ósseo ou articular que poderia ser agravado pela atividade física?
  • 6 – Você está atualmente tomando algum medicamento para pressão arterial ou problemas cardíacos?
  • 7 – Você sabe de algum outro motivo pelo qual não deveria praticar atividade física?
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Se a resposta for “SIM” para qualquer uma dessas perguntas, o especialista em Medicina do Esporte recomenda buscar a orientação de um profissional de saúde para avaliar a prática de atividade física, a fim de diagnosticar possíveis problemas de saúde que possam aumentar o risco.

Além disso, o Dr. Lucas Caseri destacou a importância dos exames complementares na avaliação de riscos. Ele mencionou alguns desses exames, como o ecocardiograma, que analisa a estrutura do coração e identifica hipertrofias cardíacas assintomáticas. O eletrocardiograma, por sua vez, registra o ritmo cardíaco e pode detectar arritmias. O teste ergométrico avalia o funcionamento cardíaco em diferentes níveis de esforço, enquanto o teste ergoespirométrico analisa a capacidade respiratória.

Após uma consulta médica abrangente e a identificação de fatores de risco, especialmente os cardiovasculares, o médico pode estimar possíveis complicações e orientar sobre como evitá-las. O especialista ressaltou a importância de iniciar qualquer atividade física gradualmente, mesmo para indivíduos jovens e saudáveis que estiveram sedentários por um longo período.

Para práticas esportivas mais sérias ou quando há o objetivo de melhorar o desempenho em uma modalidade específica, o Dr. Caseri recomendou a orientação de um profissional de educação física, em conjunto com a supervisão médica. “Atividades intensas e prolongadas podem aumentar o risco de complicações. Portanto, para evitar problemas, especialmente para aqueles com doenças pré-existentes ou um longo período de sedentarismo, uma avaliação de risco realizada por um profissional de saúde é recomendada”, enfatizou o Dr. Caseri.

Ele ressaltou ainda que, mesmo para indivíduos saudáveis, a orientação e a supervisão médica podem contribuir para um treinamento mais seguro e eficaz. “Os treinadores podem estimar os riscos com base em questionários e avaliações, mas em alguns casos, uma avaliação médica específica pode ser necessária”, concluiu o Dr. Caseri.

Foto Destaque: Reprodução

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