Mortes por sarampo aumentam em 43% e OMS alerta baixa vacinação

Nicolas Garrido Por Nicolas Garrido
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Um novo relatório publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos nesta quinta-feira (16) indicou um aumento de 43% nas vítimas fatais de sarampo e 18% de casos da doença de 2021 para 2022. As instituições afirmam no documento que a razão dos mais de 9 milhões de novos casos e 136 mil óbitos entre menores de 12 anos estão associados à redução e abrandamento da cobertura vacinal. 

O que é o sarampo

O sarampo é uma doença causada por infecção viral cuja transmissão e contágio ocorre por via aérea, quando o infectado tosse, espirra, fala, ou respira próximo de pessoas não infectadas. Ao adquirir o vírus, o indivíduo pode ter sintomas como tosses, espirros, febre, fadiga e dores musculares, nariz escorrendo, mal-estar, perda de apetite, enxantema (manchas vermelhas) ou erupções na pele, irritação nos olhos, entre outros.


A vacinação contra o sarampo é o método de prevenção mais indicado pela OMS e pelo Governo Federal (Foto:reprodução/Agência Brasil/Marcelo Camargo)


De acordo com o Ministério da Saúde, a forma mais eficaz de combater o sarampo é a prevenção por meio da vacinação, principalmente de menores de idade abaixo dos 12 anos. Existem três tipos de vacina de prevenção ao sarampo: a dupla-viral, tripla-viral e tetra-viral, que combatem, respectivamemente: sarampo e rubéola; sarampo, rubéola e caxumba; e sarampo, rubéola, caxumba e varicela, vírus da catapora.

A crescente dos casos

De acordo com o relatório da OMS, o número de países que registraram casos da doença subiram de 22 para 37, sendo 28 apenas na África, seis no Mediterrâneo Oriental, dois no Sudeste Asiático e um na Europa. O aumento significativo, principalmente no continente africano se deve aos efeitos da crise sanitária de Covid-19. 

A OMS relatou uma adesão à cobertura vacinal de 83% em 2022, que em 2019 já foi 86%. Ao todo, 74% completaram o esquema vacinal, bem abaixo dos 95% mínimos estipulados pela OMS para uma erradicação eficaz. O restante representa mais de 22 milhões de bebês que não receberam sequer a primeira dose do imunizante. Os países de baixa renda, com cobertura insuficiente de 66%, são uma preocupação para a OMS. “A falta de recuperação na cobertura da vacina contra o sarampo em países de baixa renda após a pandemia é um sinal de alerta para a ação“, diz Kate O’Brien, diretora de Imunização, Vacinas e Produtos Biológicos da OMS.

No Brasil, a vacinação de bebês com as duas doses está em apenas 57,6% muito inferior aos 95% estipulados. A última vez que o país atingiu o índice de 90% foi em 2014. Em 2016, o Brasil havia ganhado certificado de eliminação do sarampo após erradicar a doença e não registrou nenhum caso nos dois anos seguintes, porém, em 2018, a doença foi detectada, chegando a 9325 casos e se espalhou em 2019, quando atingiu 20901 contaminações e perdeu a certificação. Em 2020, as infecções diminuiram para 8448, para 676 em 2021 e para 44 em 2022. 

 

Foto destaque: Doses da vacina contra sarampo (Reprodução/Bio-Manguinhos/Fiocruz)

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