Segundo dados divulgados de uma pesquisa do Instituto Datafolha, o próximo Presidente da República, que deverá ser eleito no próximo dia 30 deste mês, terá um grande desafio que é: reorganizar a área da saúde, pois ela está sofrendo com uma alta queda no número de crianças vacinadas, proposta de orçamento do ano que vem com valor abaixo do ideal e alta troca de ministros nos últimos quatro anos.
A BBC News Brasil conversou com especialistas desta área e apurou que apenas 26% da população brasileira possui plano de saúde, o restante depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS). Estes dados foram revelados por uma pesquisa feita em julho pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Pessoas esperando por consulta em fila de hospital/ (Foto Reprodução: Senado Federal)
Um dos principais problemas é a alta queda na vacinação de crianças. Instituições como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), já alertaram o atual Presidente sobre este problema e que graves consequências poderão acometer os brasileiros.
“A gente sempre teve um Programa Nacional de Imunização (PNI) muito forte. Contudo, esta queda de vacinação de contra qualquer doença, é grave, porque a vacina é a principal intervenção que mais salva vidas”, afirma o infectologista da Fiocruz de Mato Grosso do Sul, Julio Croda. Ele ainda pontua que desde 2015 já era notada uma queda nas vacinações e que durante a pandemia de Covid-19, a situação piorou e o Governo Federal ainda não expôs um plano de solução para este grave problema.
Fila de pessoas esperando atendimento em um posto de saúde/ (Foto Reprodução: Senado Federal)
Croda ainda pontua que as quatro trocas de Ministros da Saúde nos últimos quatro anos, deixa todo este importante setor em situação problemática. Já que para ele, cada governante pensa e age de uma maneira, o SUS acaba por ter propostas não acabadas e isso acarreta em deficiências para a população brasileira.
Já para a médica psicanalista e presidente da Associação Brasileira deSaúde Coletiva (Abrasco), Rosana Onocko Campos, a desorganização do Minsitério da Saúde no mandato atual é muito problemática. “O próximo governo terá de tomar medidas extraordinárias, mais por conta desse descontrole do governo. Qualquer item como: cobertura de vacinas, internações evitáveis devida à atenção primária, fila de cirurgias, só demonstram uma piora. Tem partes do Ministério da Saúde que ninguém coordena mais”, comenta a médica.
Em resposta, o Ministério da Saúde, afirmou em nota que o enfrentamento do país sobre a Covid-19 teve resultados existosos e que cerca de R$ 106 bilhões foram destinados para o combate da pandemia. Sobre as demais vacinas, um dos objetivos do atual ministro Marcelo Queiroga é alcançar a marca de pelo menos 95% de vacinados e reduzir o número dos não vacinados. E que para conscientizar a população, estão sendo feitas campanhas de divulgação sobre a vacinação e que os Estados e municípios precisam de articulação para almejar o sucesso e o alto número de vacinas aplicadas.
Foto Destaque: Pessoas esperando por atendimento em hospital/ Reprodução: OCP News