A OMS (Organização Mundial pela Saúde) fez um pedido nesta sexta-feira (12) para que os preços dos medicamentos para os diabéticos fossem mais baixos e de melhor acesso. Dezenas de milhões de pessoas que contêm algum tipo de diabetes não conseguem obter a insulina que precisam para o tratamento.
A Organização Mundial alertou que nos últimos 40 anos o número de pessoas que sofrem diabetes quadruplicou e atualmente são mais de 420 milhões de pessoas diagnosticadas. Em coletiva de imprensa o representante da OMS Kiu Siang Tay, relatou que há uma abundante oferta, mas se preocupa com países de baixa renda: “há problemas de acesso aos cuidados de saúde no mundo e principalmente nos países de baixa renda”
Presidente da OMS Tedros Adhanom Gebreyesus(Foto:Reprodução/Denis Balibouse/Reuters)
Os preços altos dificultam o acesso a medicação para controlar a doença e isso se agrava especialmente em países de baixa e média renda, outro fator que prejudica o acesso são a mal regulamentação dos preços, como por exemplo os Estados Unidos.
Frederick Banting e John Macleod, descobriram a insulina e para facilitar o acesso do medicamento venderam seus direitos por um dólar canadense. Sobre os altos preços de agora o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus desabafou;”Infelizmente, este gesto de solidariedade foi substituído por uma indústria de bilhões de dólares e que criou os obstáculos de acesso“
Segundo a OMS existem vários obstáculos, uma delas seria a mudança para a insulina sintética que faz com que o remédio fique 1,5 vezes mais caro do que a produzida com material humano. O mercado de produção de insulina está sob o comando de três famarcêuticas (Eli Lilly, Novo Nordisk e Sanofi) que cobrem 90% do nicho, é um fator que a organização destaca como sendo prejudicial dificultando a regulamentação de preço e da não transparência. O investimento em pesquisa está focado nos mercados mais ricos, sendo que 80% dos diabéticos estão concentrados em países mais pobres.
Para a melhoria do acesso, a OMS recomenda que a insulina seja produzida de origem humana, para reduzir os preços. As Nações Unidas sugeriu que os preços fossem regulamentados, recomendou também que o medicamento fosse fabricado em regiões de menor atendimento, e também alternativas que facilitem o acesso a ferramentas de diagnóstico.
Foto Destaque: Insulina,doces e símbolo da diabetes.Reprodução/Prexels/Nataliya Vaitkevich