OMS aponta chumbo como um dos materiais de maior ameaça à população mundial

Yngrid Horrana Por Yngrid Horrana
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Cerca de 1 milhão de pessoas morreram por envenenamento de chumbo anualmente, afirma a Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas, antes de levar a efeitos fatais, o contato com esse componente químico pode causar danos comportamentais e influenciar o agravamento de doenças crônicas.

O Órgão aponta que 30% das deficiências idiopáticas – sem conhecimento de causa – têm relação com o chumbo. E quando afetadas por esse material, o quadro de saúde do indivíduo com questões neurológicas se torna irreversível.

Os efeitos da exposição ao chumbo são ainda mais preocupante quando se trata do público infantil. Ao longo da vida dessa população, os problemas de saúde podem se manifestar de diferentes maneiras. Anemia, hipertensão e intoxicação do sistema reprodutor são os principais alertas.

“A exposição ao chumbo é especialmente perigosa para os cérebros em desenvolvimento das crianças e pode resultar em redução do quociente de inteligência (QI), atenção, capacidade de aprendizado prejudicada e aumento do risco de problemas comportamentais”, afirma a diretora do Departamento de Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Saúde, Maria Nera. 

Além de perpetuar doenças e transtornos neurológicos, a ambientação com o chumbo pode atingir outros sistemas do organismo. Estima-se que o componente possui influência sobre 4,6% dos casos de doenças cardiovasculares e 3% das doenças que afetam os rins.

Contato com o chumbo

O chumbo é um componente metálico pouco encontrado na natureza. É habitual que ele esteja inserido em produtos do dia a dia, como em equipamentos de construção civil, baterias, cabos e em peças automotivas. Além disso, produtos da indústria cosmética possuem o chumbo como elemento fundamental em sua composição. Maquiagens, batons, esmaltes, tintas para cabelos e outros pigmentos inseridos no cotidiano podem causar danos de forma gradativa à população


ECO-92: Conferência onde foram instituídas decisões vitais sobre justiça ambiental. (Foto: Reprodução/Michos Tzovarsas)


Por essa razão, alguns países baniram o uso do composto em diversos setores na indústria. O chumbo, que potencializava os efeitos da gasolina, por exemplo, foi suspenso em 1992 – mesmo período da Conferência RIO-92 – devido ao vasto teor de toxicidade à saúde humana e contaminação para o meio ambiente. Nos últimos anos, alguns países da Europa e do Oriente Médio também implementaram medidas semelhantes em prol da melhora na qualidade de vida e da natureza. 

Foto Destaque: Imagens da área da saúde. Reprodução/Agência Brasil.

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