De acordo com um levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), as queixas de quem sofre com o desconforto das varizes e veias dilatadas nas pernas sobe de 20% a 30% durante o verão.
Sintomas
Esse desconforto inclui dor, inchaço, sensação de pernas pesadas e uma preocupação: seria apenas os efeitos dos dias quentes nas pernas, ou algo mais grave como uma tromboflebite ou uma trombose?
Para Dra. Carol Mardegan, especialista em cirurgia vascular, os três casos podem acontecer, mas de maneiras diferentes. No verão, os vasos sanguíneos e veias passam por um processo de vasodilatação mais acentuado. Isso significa que eles se expandem mais do que o normal devido ao calor ambiente.
“Como resultado, temos uma circulação sanguínea mais lenta que pode sobrecarregar o sistema venoso, dificultando a drenagem eficiente do sangue de volta ao coração. Como consequência, o sangue tende a se acumular nas extremidades do corpo, principalmente nas pernas gerando inchaço”, explica.
O problema acontece quando esse inchaço está além do normal e começa a impedir a pessoa de realizar atividades corriqueiras, gerando muitas dores ou até dificuldade de locomoção. “Vermelhidão e dormência são sinais de alerta e que merecem atenção redobrada. Além disso, se o incômodo for mais evidente em uma perna, é preciso recorrer a um especialista” – alerta.
Como tratar
Exames rápidos e procedimentos indolores realizados em consultório são capazes de devolver o bem-estar para o paciente em poucos dias.
Além disso, o médico vascular fará uma investigação completa para identificar a origem das varizes e orientar o paciente acerca dos fatores de risco (tabagismo, pílula anticoncepcional, sedentarismo e alguns pontos genéticos), que são importantíssimos para a definição do melhor tratamento.
E, no caso de insuficiência venosa o uso de meias de compressão, caminhada e muita hidratação podem ser suficientes para aproveitar o verão sem grandes desconfortos físicos.
Carol Mardegan: Graduada em medicina pela Universidade de Taubaté, com residência médica em Cirurgia Vascular pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), especialização Fellowship em Cirurgia Endovascular.
Foto destaque: perna de paciente sendo avaliada. freepik