Recentemente, pesquisadores de doutorado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolveram um novo método para tratar o câncer cerebral. O estudo tem autoria da doutora Isadora Carvalho e consiste na criação de um nanomaterial capaz de aplicar medicamentos nas células cerebrais infectadas por tumores.
Um dos focos da pesquisa era aprimorar a chegada do fármaco ao local do tumor de maneira a ocasionar menos efeitos colaterais, visto que o tratamento convencional para o câncer resulta em efeitos adversos ao organismo –– podendo ser, muitas vezes, bastante agressivo.
O aparelho foi produzido a fim de transportar dois remédios utilizados no tratamento do câncer no cérebro: KLA e doxorrubicina. Os pesquisadores fizeram testes bem-sucedidos in vitro, ainda sem usar seres humanos.
Cientista trabalhando em um laboratório. (Foto: Reprodução/Blog da Estácio)
Nestes ensaios clínicos, o nanomaterial atingiu as células tumorais sem danificar as saudáveis: a medicação é liberada assim que a tecnologia adentra na célula. Outro efeito interessante foi a habilidade de iluminar com fluorescências as áreas atacadas, permitindo a formação de bioimagens para visualizar onde se localiza cada componente no interior celular.
A nanotecnologia trabalha com estudo e soluções em dimensões minúsculas, invisíveis a olho. Nanômetro é uma medida equivalente a 1 metro dividido em 1 bilhão de partes.
A tese de Isadora Carvalho foi indicada na área de engenharias para o prêmio de teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o mais importante concurso de pós-graduação do país.
Outros projetos da UFMG
A universidade ainda possui outros centros de pesquisas, responsáveis por conduzir estudos muito importantes para a área da saúde, como é o caso do ensaio clínico para entender o funcionamento de moléculas antivirais.
Atualmente, a UFMG busca por voluntários para dar continuidade a essa pesquisa, cujo intuito é entender estas moléculas a fim de desenvolver novos medicamentos para combater a Covid-19. O chamado é para quem tem entre 18 e 50 anos de idade, é saudável e apresentar sintomas da doença com início menos de quatro dias antes.
Os pesquisadores querem entender, por exemplo, como, e com que velocidade, ocorre a diminuição do vírus a partir do uso de antivirais. De acordo com a UFMG, a proposta é desenvolver uma plataforma de estudos antivirais, compreendendo o funcionamento das moléculas, e não apenas se elas são eficazes.
Foto de destaque: Universidade Federal de Minas Gerais. Reprodução/UFMG.