Pílula anticoncepcional: saiba sobre as dúvidas mais frequentes do uso

Beatriz Lacerda Por Beatriz Lacerda
6 min de leitura

A pílula anticoncepcional é utilizada pelas mulheres como método anticonceptivo e regulador hormonal. Foi nos Estados Unidos, ainda no século 20, que a enfermeira Margaret Sanger (1879-1966) atuava contra a legislação da época, incentivando o uso de métodos contraceptivos.

No século 20, era um absurdo recusar a maternidade, mas, a enfermeira Margaret Sanger (1879-1966) estava determinada a atuar contra a legislação da época e incentivar o uso dos métodos contraceptivos, inclusive, foi presa por abrir a primeira clínica de controle de natalidade no país. Mas, deu certo. Em 1960 surgiu a primeira pílula anticoncepcional nos Estados Unidos.

A pílula logo começou a ser comercializada no Brasil, dois anos depois. Atualmente, cerca de 58% das brasileiras utilizam a pílula oral como método contraceptivo, segundo uma publicação da Revista Crescer, em setembro de 2021.

São 60 anos de comercialização da pílula anticoncepcional no Brasil, e muita coisa mudou de lá para cá. O medicamento impulsionou a revolução sexual e o empoderamento feminino.

No entanto, o uso da pílula anticoncepcional foi um assunto muito polêmico entre as mulheres no início da comercialização. Daniela Nogueira Barros Rocha, ginecologista e obstetra da Clínica First, em São Paulo, conta que na primeira versão era necessário colocar altas doses de hormônios sintéticos nos comprimidos – da ordem de 150 microgramas (mcg).

Ela conta que por isso, muitas mulheres que faziam uso, estavam sujeitas a desenvolver trombose, infarto e acidente vascular cerebral. A obstetra Nilka Donadio, consultora de Reprodução Humana e Medicina Fetal da Dasa Genômica diz que “com o tempo, foram desenvolvidas novas formulações, com menores doses. Elas caíram atualmente para 20 ou 15 microgramas, mas sem perder a eficácia”.

Portanto, atualmente a pílula anticoncepcional é um método considerado eficaz para funcionar como contraceptivo, com índice de eficácia de 98% na prevenção da gravidez. Com doses adequadas de hormônios, o medicamento reduz cólicas abdominais e tensão pré-menstrual (TPM), diminuindo o fluxo menstrual e auxilia na regulagem do ciclo.

Dúvidas frequentes sobre o uso da pílula anticoncepcional


Foto: Cartela de pílula anticoncepcional/Tua Saúde


Como deve ser tomada a pílula anticoncepcional?

É importante que a pílula seja tomada diariamente, sem haver esquecimentos, e sempre deve ser tomada no mesmo horário.

A primeira cápsula deve ser tomada no dia em que teve início o sangramento menstrual. As cartelas variam entre 21 ou 24 comprimidos, mas é recomendado seguir o ciclo de 28 dias.

Por que tomar sempre no mesmo horário?

O tempo de ação de cada pílula é estimada em 24 horas. Horários irregulares não necessariamente irão cortar o efeito do medicamento, porém, pode levar ao “spotting”, mais conhecido como sangramento de escape. Isso significa que o ciclo menstrual poderá ficar desregulado

Até quando posso atrasar o uso da pílula?

O ideal é que a pílula seja tomada em até 12 horas após o horário estabelecido como de costume. Se a ingestão do medicamento foi esquecida no início ou no final do ciclo, há risco de gravidez. Se isso acontecer, é recomendado o uso de outros métodos contraceptivos. Caso haja esquecimento de duas ou mais pílulas, o indicado é iniciar o uso de uma nova cartela.

Após quanto tempo a pílula faz efeito?

Ao tomar a pílula no primeiro dia do ciclo menstrual, segundo o que foi indicado pelo médico, o medicamento já fará efeito. Se o uso do medicamento iniciar no meio do ciclo menstrual, será necessário esperar o próximo ciclo para haver eficácia e proteção.

Qual a eficácia da pílula?

De acordo com índice de Pearl, quando tomada corretamente, a pílula permite a gravidez de 0,1 a 1 mulher a cada 100.

É necessário dar uma pausa no uso após algum tempo?

Não. Se recomenda a parada somente quando há o desejo de uma gravidez.

Posso usar pílula quando estou amamentando?

Sim. O uso de contraceptivos é indicado para essa fase e não interferem na qualidade do leite, oferecendo também o efeito de contraceptivo.

Pílula evita a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis?

Não. A proteção contra DSTs é feita unicamente pelo uso de preservativos, masculino ou feminino (camisinhas).

Outros medicamentos influenciam no efeito do anticoncepcional?

Podem influenciar. Alguns antibióticos, anticonvulsivantes, antidepressivos, retrovirais e fitoterápicos podem interferir na eficácia da pílula. Por isso é indicado o acompanhamento do uso com um médico antes de utilizar qualquer tipo de medicamento.

Pílula anticoncepcional engorda?

O principal motivo para que 84% das mulheres façam a troca da pílula anticoncepcional são os efeitos colaterais. Entre os mais discutidos estão aumento de peso (45%), enjoo (31%) e dores de cabeça (29%).

Por que existem as pílulas de 21 dias e as de 24 dias?

O que difere o número de dias da pílula está na quantidade de hormônio por cápsula, contudo, o ciclo de 28 dias é sempre seguido. Quando é feito o uso de 24, a pausa será de 4 dias, quando são 21 pílulas a pausa será de 7 dias.

 

Fonte: Uol Ciência e Saúde

Foto destaque: Site Gineco

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