Poluição do ar pode atingir o sistema nervoso central

Afernandes Por Afernandes
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Equivocam-se completamente aqueles que acham que a poluição do ar apenas está ligada a problemas respiratórios. O ar poluente também pode ser considerado um verdadeiro vilão para casos como infartos e até mesmo derrames cerebrais.


 

Foi identificado que com apenas com duas horas de exposição a poluição do ar pode ocasionar problemas no cérebro. (Foto: Reprodução/ GETTY IMAGENS.)


Novos estudos revelaram que pequenas partículas finas de poluentes advindos do combustível diesel, quando liberados no ar, podem penetrar em nosso sistema nervoso central através das narinas, atingindo não só nossos pulmões como também o sistema circulatório chegando até o tecido cerebral.

Esta condição pode levar o ser humano a adquirir problemas de saúde como Alzheimer, Parkinson, agravamento de distúrbios psicológicos, autismo e distúrbios cognitivos. Ou seja, tornando o cérebro um alvo fácil de ser atingido pela poluição do ar.

Estudos recentes realizados por pesquisadores canadenses atestam que a exposição de pessoas a poluição atmosférica tem a capacidade de alterar as conectividades cerebrais. Foi identificado que com apenas com duas horas de exposição, seja ao escapamento do diesel, ou até o ar filtrado. Pode ser considerado tempo suficiente para ocasionar uma alteração no cérebro, conhecida como default mode network (DMN), responsável pela conexão de diferentes partes do nosso cérebro, entre elas a memória e o pensamento.

Segundo Chris Carlsten, chefe de medicina respiratória e presidente de pesquisa em doenças pulmonares ocupacionais da Universidade da Colúmbia Britânica, disse em um comunicado que o estudo foi o primeiro a descobrir que através de um experimento controlado, oferecendo evidencias concretas que asseguram que a poluição do ar é nociva ao sistema nervoso.

De acordo com o chefe da pesquisa foram realizados testes com 25 voluntários adultos e saudáveis. Estes permaneceram expostos a poluição de partículas de combustível diesel e em momentos diferentes e passaram por exames de ressonância magnética antes e depois. Foi constatado que a conectividade funcional foi alterada, ocasionando um sintoma de depressão cerebral e redução no desempenho conectivo.

Ele destaca que os efeitos observados são totalmente replicáveis para outros tipos de poluentes como a fumaça de incêndio florestal, e que a poluição atmosférica tem se tornado cada vez mais um ponto de preocupação aumentando assim a incidência de distúrbios neurocognitivos, defendendo ainda que as evidências possam servir para ajudar na construção e formulação de políticas públicas de saúde.   

Foto destaque: Estudos revelaram que pequenas partículas finas de poluentes advindos do combustível diesel, quando liberados no ar, ocasionam problemas cognitivos.  REPRODUÇÃO/ GETTY IMAGENS.

 

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