Possível causa do surto de hepatite infantil pode ter sido descoberta, segundo cientistas

Bruno Gama Por Bruno Gama
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De acordo com especialistas do Reino Unido, o crescimento dos casos de inflamação no fígado de crianças podem ter ocorrido em consequência de dois vírus distintos. Os quadros começaram a surgir em abril e foram registrados no mundo todo, inclusive no Brasil.

Os pesquisadores da Universidade College London e do Hospital Great Ormond Street afirmam que dois vírus estariam sendo os responsáveis pela crescente: o adenovírus, causador de dores no estômago e resfriados; e o vírus adeno-associado 2 (AAV2), que não aflora nenhum sintoma, mas utiliza outro vírus para multiplicar-se.

Com o afrouxamento das restrições sanitárias impostas para controlar a Covid-19, os dois vírus teriam voltado a circular com maior facilidade. Para os autores, a coinfecção deles gerou os casos raros e graves de hepatite em crianças.


O adenovírus e o vírus adeno-associado é a causa provável do surto (Foto: Reprodução/Tásaudável)


Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), foram registrados 1.010 casos da doença no mundo. Dos confirmados, 46 precisaram de transplante, enquanto 22 acabaram morrendo.

Os especialistas acreditam que o coronavírus não tenha ligação com o surto de hepatite infantil, muito menos relacionado à algum efeito colateral da vacina contra a doença, porém, essas hipóteses foram cogitadas no ínicio do surto.

“Durante o período de lockdown, quando crianças não estavam se misturando, elas não estavam transmitindo o vírus umas às outras e nem estavam desenvolvendo imunidade às infecções que normalmente encontrariam’’, ressalta Judith Breuer, especialista em virologia. Breuer salienta que a coinfecção é a razão para a hepatite grave estar atingindo as crianças.

Com isso, existe a possibilidade do sistema de defesa das crianças esteja mais vulnerável e que o adenovírus em mutação tenha provocado as infecções graves.

 

Casos no Brasil

Até o momento, seis casos foram considerados inconclusivos, destes, três crianças precisaram de transplante e uma delas morreu. Um outro caso é tratado como provável, segundo informe divulgado pelo Ministério da Saúde no dia 14 de julho. As incidências de casos graves de hepatite em crianças e adolescentes estão sendo monitoradas. Ao todo, são 44 casos seguem em análise como “suspeitos’’.

Foto Destaque: Hepatite infantil volta a preocupar autoridades de saúde do mundo todo. Reprodução/R7

 

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