Presidente da Sindhosp afirma que a falta de medicamentos atinge mais hospitais e farmácias

Gabriel Gomes Por Gabriel Gomes
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A última pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM) apontou que 80,4% dos municípios, que responderam a pesquisa, relataram a falta de medicamentos básicos. Em entrevista à CNN, o presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Sindhosp), Francisco Balestrin, falou sobre a falta dos medicamentos básicos.

“Começamos a identificar que o grande constrangimento que os hospitais estavam tendo para o atendimento dos pacientes era a falta de alguns medicamentos. Alguns básicos e outros que são mais complexos, como antibióticos e contrastes. Até soro fisiológico e a dipirona que é um medicamento que todos nós conhecemos.”


Antibióticos e soro fisiológico estão em falta (Foto: Reprodução/Guia da Farmácia)


E de que a falta dos medicamentos atingiram mais os hospitais e as farmácias dos municípios.

“Quando isso chega já aos hospitais privados, como é o caso agora, isso já atingiu antes o setor público e atingiu também principalmente o estoque das farmácias.”

Balestrin detalha sobre o problema, e afirma que, depende de produtos que são importados e produzidos no Brasil.

“O que falta na realidade são os chamados insumos farmacológicos ativos, que são aqueles sais com os quais os medicamentos são feitos. A maior parte deles é importada e depois são produzidos aqui no Brasil.”

China e Índia são países produtores dos insumos farmacêuticos, e a situação do Covid nesses países, são um dos fatores para essa falta de medicamento.

“A China, todos nós sabemos, tem aquela política de Covid Zero. Então qualquer surto que aconteça naquele país ele simplesmente faz um lockdown, algumas cidades chegam a ser fechadas e a produção principalmente desses insumos é abandonada, ela para. Então esses produtos acabam se escasseando. Como eles produzem para o mundo inteiro, então você vai ter um fluxo grande de países atrás desses produtos.”

A Guerra na Ucrânia, com o fluxo aéreo sendo prejudicado, também é um dos problemas para a falta de estoque, segundo o especialista.

“Quando você tem o constrangimento do fluxo normal desses produtos – e uma guerra acaba causando isso, porque os fluxos aéreos ficam mais complexos, você acaba tendo o aumento do petróleo, o aumento do dólar. Todas essas coisas acabam atrapalhando a linha normal de produção desses IFAs e principalmente da exportação deles.”

O Brasil depende, pelo menos, de 90% dos insumos produzidos na China e na Índia, e com a Guerra da Ucrânia, o país é muito afetado por essa dependência.

Foto destaque: Medicamentos sendo jogados na mesa. Foto: Reprodução/Zello Saúde

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