Procedimentos minimamente invasivos ganham espaço no tratamento de varizes

Heloisa Santos Por Heloisa Santos
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As varizes são um problema comum que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Para se ter uma ideia, a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular estima que cerca de 38% da população brasileira tenha varizes, sendo 30% dos homens e 45% das mulheres. Nos idosos, a doença se torna ainda mais frequente. Na população com 70 anos de idade ou mais, a prevalência alcança os 70%.

Até pouco tempo atrás, a cirurgia convencional era considerada a principal opção de tratamento para esse tipo de problema. No entanto, avanços na medicina têm proporcionado alternativas menos invasivas com resultados igualmente satisfatórios ou até superiores.  A cirurgiã vascular Drª. Letícia Costa explica que, atualmente, as técnicas minimamente invasivas podem substituir a cirurgia em até 86% dos casos.

Os procedimentos disponíveis atualmente apresentam uma série de benefícios em comparação à cirurgia tradicional. A Drª. Letícia destaca que muitos desses tratamentos podem ser realizados no consultório médico, sem a necessidade de internação. Além disso, a recuperação é mais rápida e menos dolorosa, o que permite que os pacientes retornem às suas atividades normais após um curto período de tempo.

De acordo com a especialista, a cirurgia convencional ainda é necessária em alguns casos, principalmente quando o paciente apresenta varizes mais calibrosas. No entanto, na maior parte das vezes são empregados tratamentos como laser transdérmico, a escleroterapia com espuma e a escleroterapia convencional, que substituem a cirurgia. A Dra. Letícia ressalta que até mesmo o tratamento da safena, que antes exigia uma cirurgia com corte, agora pode ser feito com uso de endolaser ou radiofrequência.

Drª. Letícia ressalta que a escolha da técnica a ser utilizada vai depender dos prós e contras de cada uma. A escleroterapia com espuma, por exemplo, pode ser utilizada no tratamento de varizes calibrosas, mas pode demandar um tratamento mais longo e apresentar um risco maior de hiperpigmentação em comparação à cirurgia convencional. “Alguns pacientes dizem que não vão tolerar manchas. Nesse caso, a cirurgia ainda é melhor. Temos que  avaliar cada caso individualmente”, explica.

As varizes, como conta a cirurgiã, são parte de uma condição chamada “doença venosa crônica”, que passa por estágios diferentes. Nas fases iniciais, surgem os “vasinhos” e microvarizes, que são os primeiros sinais de alerta. Se esses sinais não forem tratados adequadamente, a doença pode progredir, tornando-se mais complicada de tratar. A médica destaca, portanto, que é fundamental iniciar o tratamento o mais cedo possível, mesmo quando os vasos dilatados ainda não causam maiores incômodos. “Dessa forma, evitamos a progressão da doença para estágios mais avançados, onde pode haver alteração da cor da pele ou até feridas. Também evitamos complicações como a trombose, em casos mais graves”, afirma.

O monitoramento das varizes, ainda de acordo com Letícia Costa, também deve ser constante. “Elas fazem parte de uma doença genética que tem tratamento, mas não tem cura”, afirma. Nesse contexto, ela destaca que a adoção de outros hábitos saudáveis, como manter uma dieta equilibrada e uma rotina de atividades físicas, evitando situações que exijam permanecer por muito tempo na mesma posição. Além disso, novos procedimentos para tratar o problema também podem ser necessários com o passar do tempo. “Sugiro uma manutenção anual dos tratamentos para evitar o acúmulo de varizes”, diz ela.

Foto Destaque: Freepik

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