A pandemia de Covid-19 fez com que a preocupação e o cuidado com a saúde mental crescesse. Um relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) neste ano, afirma que casos de depressão e ansiedade aumentaram 25% no primeiro ano após o surgimento do coronavírus.
Mas você já se perguntou quem cuida da mente das pessoas também precisa de alguém para cuidar da dela? Por isso, graduandos em psicologia e profissionais já formados são orientados a fazer terapia.
A psicoterapia permite um autoconhecimento das próprias emoções e é indicada para todos, até mesmo na infância. Se conhecendo, é possível ressignificar culpas, medos, eventos traumáticos, dores do passado e do presente. E também investir nas potencialidades para melhorar o futuro.
Post sobre saúde mental. (Foto/Reprodução/Twitter)
“Atentar-se para a saúde mental desde criança permite focarmos na prevenção de transtornos e promoção de bem-estar, evitando assim, grandes sofrimentos psíquicos. Dessa forma ela conseguirá construir um arsenal de estratégias saudáveis e funcionais para enfrentar de forma positiva os desafios da vida”, relatou a psicóloga educacional Ingrid Pinheiro.
Além disso, Ingrid reforçou que quanto mais cedo às pessoas entenderem a importância do cuidado com a saúde mental e tiver acesso à promoção de saúde, “certamente serão adultos mais conscientes e preparados para lidarem com os desafios pessoais e sociais no que concerne ao bem-estar psicológico, com repertório de habilidades mais robusto e consistente”.
Segundo a psicóloga escolar e professora Anna Paula Gomes, quanto mais o psicólogo se conhece, observa as próprias atitudes e o próprio comportamento, mais ele tem condição de poder ouvir, escutar como as pessoas agem, como se comportam, se adaptam e como elas atravessam os seus próprios processos.
“A psicologia é uma das profissões paradoxais porque o profissional lida com o sofrimento humano, que nem sempre é fácil de ser dito, expressado e observado. Portanto, quando mais intimidade ele tem consigo mesmo no seu processo de autoconhecimento ele se instrumentaliza, junto com as leituras e apoio técnico para poder estar inteiramente a disposição e escuta das outras pessoas”, ressaltou.
Apesar do código de ética não obrigar o profissional a passar pelo processo terápico para se tornar psicóloga, há uma indicação desde a graduação.
“O estudante passa pelos processos de estágio e supervisão, que têm a ver com a qualificação técnica, mas quando ele passa por uma psicoterapia ele também se instrumentaliza porque ele conhece o processo do lado de dentro. Aprende a lidar com as suas próprias emoções e conhecendo seus próprios sentimentos, seus atravessamentos e se dando conta desses ritmos internos, ele tem mais condições de fazer esse processo com o outro” completou Anna Paula.
Foto Destaque: ilustração sobre saúde mental. Reprodução/Pinterest.