O usuário da rede social Twitter, João Zastrow fez o seguinte questionamento em forma de desabafo “O que custa juntar três caras num laboratório e descobrir a cura da rinite?”. A postagem divertida de João, que já conta com mais de 165 mil curtidas também é uma importante dúvida para mais de 84 milhões de brasileiros que precisam conviver diáriamente com corizas, nariz entupido e dores de cabeça.
Afinal, rinite tem cura ? A resposta é não. A rinite alergica é um quadro marcado pela congestão nazal, espirros repetidos, coceira na face e dificuldade para respirar, costuma piorar nas estações mais frias como o outono ou no inverno e está diretamente relacionada a algumas armadilhas do ambiente, como poeira, pelos de animais, ácaros e pólen. o contato com estes elementos já é o sulficiente para que o organismo produza defesas em excedente, o que faz com que ocorram as reações mais conhecidas.
Muita coisa mudou em termos de tratamentos para rinites, isso é verdade, mas para muito cinetistas nunca haverá uma cura definitiva para o problema.
<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”pt” dir=”ltr”>oq q custa juntar 3 cara num laboratório e descobrir a cura de rinite</p>— João Zastrow (@joaozastrow) <a href=”https://twitter.com/joaozastrow/status/1516238148765986825?ref_src=twsrc%5Etfw”>April 19, 2022</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>
As narinas são é responsáveis pela filtragem do nosso sistema respiratório. Elas possuem várias estruturas que agem para barrar a entrada de corpus estranhos, que podem ser prejudiciais para o pleno funcionamento dos pulmões, logo se algum tipo de vírus tentar adentrar as narinas, o organismo irá fazer de tudo para combate-lo e evitar problemas futuros.
Em entrevista dada ao portal G1, o otorrinolaringologista Márcio Salmito, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo afirma que: “O problema é que, na rinite alérgica, essa reação acontece diante de substâncias que não são nocivas”
A alergista Jane da Silva, que integra o Departamento Científico de Rinite da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) diz que: “E todo esse processo costuma ser ainda pior no outono e no inverno, quando ficamos em ambientes fechados, em contato frequente com os alérgenos”, “Para completar, o próprio tempo seco dessas estações deixa a mucosa do nariz mais vulnerável, o que interfere na capacidade de filtragem“
O médico Antonio Condino, do Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, explica que aquela reação imunológica por trás da rinite é muito complexa e recruta diferentes tipos de células.
“Um dos glóbulos brancos que está envolvido nesse processo é o mastócito, que libera uma substância chamada histamina“, exemplifica. A tal da histamina, aliás, é uma das responsáveis por sintomas como a coceira e a vermelhidão.
“Existem algumas enfermidades imunológicas que são monogênicas, causadas por alterações em um único gene. Nesses casos, fica mais fácil pensar em terapias gênicas capazes de lidar com o problema“, diz.
Além das barreiras técnicas, não podemos ignorar também como é difícil criar um novo medicamento. O processo de desenvolver um novo remédio demora 12 anos e envolve investimento médio de 2,5 bilhões de dólares, Além disso, 90% das moléculas avaliadas pelos farmacêuticos não passam nos testes clínicos e nem chegam às farmácias.
Como desentupir o nariz
Após o diagnóstico, o passo fundamental para controlar crises é fazez mudaças em casa. “É preciso ventilar bem o quarto, fazer limpezas regulares, trocar lençóis uma vez por semana e evitar carpetes, tapetes, bichos de pelúcia e cortinas de pano“, recomenda Silva.
Vale também por o travesseiro e o colchão no sol de vez em quando e lavar roupas, cobertores e edredons que estão no armário por muito tempo antes de utilizá-los.
Todas essas atitudes têm um objetivo em comum: controlar o acúmulo das substâncias que causam alergia, como a poeira, os ácaros e os pelos de animais: “Fazer uma limpeza diária das narinas com soro fisiológico ajuda a eliminar impurezas e hidratar a mucosa, o que previne irritações“, complementa a alergista.
Além do controle do ambiente, os médicos também costumam prescrever algumas medicações, a depender do grau da rinite e da frequência das crises. “Para pacientes que só têm rinite alérgica na primavera, por exemplo, podemos indicar remédios para aliviar os sintomas somente nessa época do ano“, conta Salmito.
“A boa notícia é que essas drogas evoluíram muito nos últimos 20 anos e hoje temos opções aplicadas diretamente no nariz, que não são absorvidas pelo resto do corpo e provocam menos efeitos colaterais“, completa.
‘Vacina’ para a rinite
Em suma, esse tratamento é feito de três a cinco anos e oferece ao paciente doses crescentes da substância que provoca a reação alérgica nele.
Se a pessoa tem um quadro de rinite causado por ácaros, por exemplo, os especialistas produzem injeções ou comprimidos com uma parcela mínima do agente que provoca o gatilho das crises. Essa quantidade aumenta passo a passo.
A eficácia dessa opção, porém, varia de indivíduo para indivíduo. “Cerca de 30% dos pacientes têm uma resolução quase total do quadro que apresentam. Outros melhoram significativamente“, calcula Salmito.
“A perspectiva é que essa técnica evolua bastante pelos próximos anos e aumente essa taxa de sucesso progressivamente“, completa o especialista.
O controle do ambiente, os antialérgicos, anti-inflamatórios e a própria “vacina” podem até não representar uma cura. Porém, eles trazem uma possibilidade de controlar a rinite alérgica e evita o nariz fique entupido.
Foto destaque: mulher lavando o nariz com soro reprodução/Hospital São luiz