Saiba a razão para não haver cura para rinite e como controlar a congestão nasal

Gabriel C.Garcia Por Gabriel C.Garcia
7 min de leitura

O usuário da rede social Twitter, João Zastrow fez o seguinte questionamento em forma de desabafo “O que custa juntar três caras num laboratório e descobrir a cura da rinite?”. A postagem divertida de João, que já conta com mais de 165 mil curtidas também é uma importante dúvida para mais de 84 milhões de brasileiros que precisam conviver diáriamente com corizas, nariz entupido e dores de cabeça. 

Afinal, rinite tem cura ? A resposta é não. A rinite alergica é um quadro marcado pela congestão nazal, espirros repetidos, coceira na face e dificuldade para respirar, costuma piorar nas estações mais frias como o outono ou no inverno e está diretamente relacionada a algumas armadilhas do ambiente, como poeira, pelos de animais, ácaros e pólen. o contato com estes elementos já é o sulficiente para que o organismo produza defesas em excedente, o que faz com que ocorram as reações mais conhecidas.

Muita coisa mudou em termos de tratamentos para rinites, isso é verdade, mas para muito cinetistas nunca haverá uma cura definitiva para o problema.


<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”pt” dir=”ltr”>oq q custa juntar 3 cara num laboratório e descobrir a cura de rinite</p>&mdash; João Zastrow (@joaozastrow) <a href=”https://twitter.com/joaozastrow/status/1516238148765986825?ref_src=twsrc%5Etfw”>April 19, 2022</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script> 


As narinas são é responsáveis pela filtragem do nosso sistema respiratório. Elas possuem várias estruturas que agem para barrar a entrada de corpus estranhos, que podem ser prejudiciais para o pleno funcionamento dos pulmões, logo se algum tipo de vírus tentar adentrar as narinas, o organismo irá fazer de tudo para combate-lo e evitar problemas futuros.

Em entrevista dada ao portal G1, o otorrinolaringologista Márcio Salmito, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo afirma que: “O problema é que, na rinite alérgica, essa reação acontece diante de substâncias que não são nocivas”

A alergista Jane da Silva, que integra o Departamento Científico de Rinite da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) diz que: “E todo esse processo costuma ser ainda pior no outono e no inverno, quando ficamos em ambientes fechados, em contato frequente com os alérgenos”, “Para completar, o próprio tempo seco dessas estações deixa a mucosa do nariz mais vulnerável, o que interfere na capacidade de filtragem

O médico Antonio Condino, do Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, explica que aquela reação imunológica por trás da rinite é muito complexa e recruta diferentes tipos de células.

Um dos glóbulos brancos que está envolvido nesse processo é o mastócito, que libera uma substância chamada histamina“, exemplifica. A tal da histamina, aliás, é uma das responsáveis por sintomas como a coceira e a vermelhidão.

Existem algumas enfermidades imunológicas que são monogênicas, causadas por alterações em um único gene. Nesses casos, fica mais fácil pensar em terapias gênicas capazes de lidar com o problema“, diz.

Além das barreiras técnicas, não podemos ignorar também como é difícil criar um novo medicamento. O processo de desenvolver um novo remédio demora 12 anos e envolve investimento médio de 2,5 bilhões de dólares, Além disso, 90% das moléculas avaliadas pelos farmacêuticos não passam nos testes clínicos e nem chegam às farmácias.

Como desentupir o nariz

Após o diagnóstico, o passo fundamental para controlar crises é fazez mudaças em casa. “É preciso ventilar bem o quarto, fazer limpezas regulares, trocar lençóis uma vez por semana e evitar carpetes, tapetes, bichos de pelúcia e cortinas de pano“, recomenda Silva.

Vale também por o travesseiro e o colchão no sol de vez em quando e lavar roupas, cobertores e edredons que estão no armário por muito tempo antes de utilizá-los.

Todas essas atitudes têm um objetivo em comum: controlar o acúmulo das substâncias que causam alergia, como a poeira, os ácaros e os pelos de animais: “Fazer uma limpeza diária das narinas com soro fisiológico ajuda a eliminar impurezas e hidratar a mucosa, o que previne irritações“, complementa a alergista.

Além do controle do ambiente, os médicos também costumam prescrever algumas medicações, a depender do grau da rinite e da frequência das crises. “Para pacientes que só têm rinite alérgica na primavera, por exemplo, podemos indicar remédios para aliviar os sintomas somente nessa época do ano“, conta Salmito. 

A boa notícia é que essas drogas evoluíram muito nos últimos 20 anos e hoje temos opções aplicadas diretamente no nariz, que não são absorvidas pelo resto do corpo e provocam menos efeitos colaterais“, completa.

‘Vacina’ para a rinite

Em suma, esse tratamento é feito de três a cinco anos e oferece ao paciente doses crescentes da substância que provoca a reação alérgica nele.

Se a pessoa tem um quadro de rinite causado por ácaros, por exemplo, os especialistas produzem injeções ou comprimidos com uma parcela mínima do agente que provoca o gatilho das crises. Essa quantidade aumenta passo a passo.

A eficácia dessa opção, porém, varia de indivíduo para indivíduo. “Cerca de 30% dos pacientes têm uma resolução quase total do quadro que apresentam. Outros melhoram significativamente“, calcula Salmito.

A perspectiva é que essa técnica evolua bastante pelos próximos anos e aumente essa taxa de sucesso progressivamente“, completa o especialista.

O controle do ambiente, os antialérgicos, anti-inflamatórios e a própria “vacina” podem até não representar uma cura. Porém, eles trazem uma possibilidade de controlar a rinite alérgica e evita o nariz fique entupido.

Foto destaque: mulher lavando o nariz com soro reprodução/Hospital São luiz

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