O congelamento de óvulos é uma técnica que ganhou importância nos últimos anos, mais especialmente durante a pandemia. “Isso se deve ao fato de que muitas mulheres decidiram não engravidar em um momento de incertezas e, com essa alternativa da preservação, podem planejar uma gestação em um momento futuro em que tenham melhores condições”, explica o Dr. Fernando Prado, especialista em Reprodução Humana, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita. “Essas condições podem ser bastante amplas, variando desde um relacionamento afetivo estável, uma situação econômica e financeira boa, uma posição profissional desejada e também a maturidade para constituir uma família”, acrescenta o médico. “Existem limites biológicos em que o organismo humano é capaz de produzir gametas (óvulos) viáveis. Esse limite vai teoricamente até que a mulher gaste todo seu estoque de óvulos, o que seria na época da menopausa. Porém, alguns anos antes da menopausa, o número e principalmente a qualidade dos óvulos cai muito”, diz o Dr. Fernando.
O especialista explica que, muitas vezes, essas condições não estão presentes no momento da vida em que a mulher está no seu auge das chances reprodutivas, que é na faixa dos 22 aos 25 anos de idade. “Então o congelamento vem para permitir que essas chances altas de gravidez possam ser conservadas até o momento em que a mulher desejar ser mãe, já livre das limitações que a idade traz. Consideramos que o melhor momento para que uma mulher congele seus óvulos é o quanto mais jovem for possível. Mas para que tenhamos uma idade de referência, podemos dizer que idealmente a mulher deveria congelar seus óvulos antes dos 35 anos”, enfatiza o Dr. Fernando Prado.
Isso não quer dizer que mulheres com mais de 35 anos ou mesmo com mais de 40 não possam congelar seus óvulos e preservar sua fertilidade. “No entanto, sabemos que o número de óvulos que elas irão conseguir congelar e a qualidade desses óvulos será provavelmente menor e, para isso, necessitarão fazer mais de um tratamento (indução da ovulação com o uso de hormônios) para aumentar o número total de óvulos congelados e, dessa forma, aumentar a sua chance. Em mulheres com menos de 35 anos anos consideramos que o número de 10 a 15 óvulos é uma quantidade segura para preservar a fertilidade. Porém, em mulheres com mais de 35 anos, devemos subir esse número para pelo menos uns 20 óvulos; com mulheres com mais de 40 anos, talvez para mais de 25 ou 30 óvulos”, destaca o médico especialista em Reprodução Humana.
Em suma, quanto mais jovem a mulher for quando congelar, mais chances terá e menos óvulos serão necessários. “Programe-se para preservar sua fertilidade se não houver um prazo definido para engravidar nos próximos anos. Assim você terá tempo de sobra para ter seus filhos sem se preocupar com o relógio biológico”, finaliza o médico.
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