Saiba quais são os perigos do transporte de drogas dentro do próprio corpo

Luiza Nascimento Por Luiza Nascimento
3 min de leitura

No obscuro mundo do tráfico internacional de drogas, uma estratégia recorrente para burlar a vigilância aeroportuária é a utilização de “mulas” – indivíduos que transportam substâncias entorpecentes em seus próprios corpos. Essa prática, apesar de ser uma tentativa desesperada de escapar da lei, coloca a vida dessas “mulheres-mula” em perigo extremo. Engolir cápsulas de drogas, inseri-las na vagina ou no reto são técnicas arriscadas que podem resultar em desmaios, convulsões e até mesmo morte.

Técnicas na inserção das drogas 

Paula Carpes Victório, farmacêutica e mestre em toxicologia pela Universidade de São Paulo (USP), explica as técnicas perigosas de inserção das drogas. As substâncias são frequentemente envoltas em material plástico, seja em cápsulas ou pequenos saquinhos. Esses invólucros são engolidos gradualmente para permanecerem no estômago durante a viagem, inseridos na vagina ou colocados no reto.


Exames de raio-x mostram cápsulas com cocaína dentro dos estômagos. (Foto: Reprodução/G1)


Riscos e Consequências do Rompimento

O ácido clorídrico no estômago representa um risco iminente, corroendo o plástico das cápsulas. A possibilidade de rompimento é alta, liberando uma quantidade significativa de entorpecentes no organismo. Nos casos de inserção na vagina ou no reto, o risco é reduzido, mas as contrações naturais dessas partes do corpo podem levar ao rompimento.

Se a cápsula se romper, a droga é absorvida pela mucosa, entrando no sistema circulatório. Os sintomas de overdose variam, podendo incluir convulsões, hemorragias e até morte instantânea. Mesmo se a cápsula não se romper, a “mula” enfrenta dores intensas, desmaios, vômitos, sangramentos e cólicas.

Lado Social

Além do impacto individual, a prática das “mulheres-mula” têm consequências sociais devastadoras. Muitas dessas mulheres se submetem a esse perigo em busca de sustento, deixando para trás famílias desamparadas em caso de fatalidade.

O tráfico internacional de drogas não é apenas um problema de segurança, mas também uma tragédia social. Em um cenário onde o desespero se mistura à criminalidade, a exploração das “mulheres-mula” revela uma face obscura e trágica do tráfico, exigindo não apenas uma ação policial, mas também uma abordagem mais ampla para lidar com as raízes sociais desse problema complexo.

Foto destaque: 72 cápsulas de cocaína em um intestino humano.(Reprodução/Gizmodo)

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