Segundo estudo, 33% dos filhos de gestantes infectadas com zika apresenta problemas congênitos

Yan Guedes Por Yan Guedes
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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou um estudo sobre as consequências para os bebês da infecção pelo zika vírus durante a gravidez. Segundo os pesquisadores, uma a cada três crianças nascidos de mães que contraíram o vírus tem algum problema congênito.

Esses problemas causados pelo vírus se encaixam na Síndorme da Zika Congênita (SZC). A microcefalia, que ocorre quando o cérebro do bebê não se desenvolve de forma adequada, está entre os problemas mais comuns. Essa condição atinge uma a cada 25 crianças de mães que contraíram zika durante a gravidez.

O estudo foi publicado na última segunda-feira (28) na revista científica The Lancet Regional Health – Americas. O trabalho foi feito por pesquisadores da Fiocruz e outras 25 instituições brasileiras que fazem parte do Consórcio Brasileiro de Coortes relacionadas ao vírus zika (ZBC Consortium). O trabalho também conta com o apoio da Escola de Medicina Tropical e de Higiene de Londres.


A microcefalia é uma malformação congênita (Foto: Reprodução/Blog Dr.Consulta)


“Esse trabalho dá uma contribuição fundamental para a compreensão das consequências para a saúde da infecção pelo vírus zika durante a gravidez. Ele reúne dados individuais de crianças nascidas de 1.548 gestantes residentes em diferentes regiões do país que tiveram o diagnóstico confirmado de infecção pelo vírus zika durante a gravidez, permitindo uma estimativa mais precisa dos riscos”, afirmou o pesquisador Ricardo Ximenes, principal autor do estudo.

Foi criada uma necessidade de um estudo mais profundo após uma epidemia de microcefalia no Brasil em 2015. Os cientistas analisaram os dados de 13 estudos que investigam os resultados pediátricos em gestações afetadas pelo vírus zika durante a epidemia de 2015-2017 no Brasil. De acordo com os responsáveis, a revisão é o trabalho mais amplo já feito sobre o tema.

A equipe de pesquisadores aponta para a realização de estudos adicionais com tempo de acompanhamento mais longo, para ir evoluindo o trabalho. A pesquisa também aponta para a importância do diagnóstico e intervenção precoces de eventuais manifestações congênitas atribuídas ao vírus zika.

 

Foto destaque: Aedes aegypti, que transmite o vírus da zika. Reprodução/G1

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