Setembro Amarelo e seu principal fator: a depressão

Alexandre Muniz Por Alexandre Muniz
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A campanha do Setembro Amarelo alerta para cuidados e prevenções a se tomar contra o suicídio e suas muitas formas, dentre elas a mais comum associado a casos de depressão profunda.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) listou no Brasil cerca de 13.392 mortes por suicídio a cada ano, sendo a maior porcentagem progressivamente masculina, da faixa etária entre 15 e 29 anos.

Visto os grandes números de suicídios globais por ano, 700 mil mortes no último levantamento em 2019, uma pessoa a cada 100 mortes, a instituição estabeleceu uma meta mundial de diminuição de suicídios até 2030.

Em entrevista à CNN o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antônio Geraldo, informa que a principal causa de um diagnostico tardio para pessoas com depressão, é o enorme tabu social criado em cima de uma doença psiquiátrica: “A depressão é uma doença como outra qualquer que deve ser tratada” … “As pessoas falam assim: reaja, faça bastante força. Não existe isso. É como tirar os óculos e falar assim: enxerga, consiga ler isso aqui… ‘moço, eu tenho dez graus de miopia, eu não vou enxergar’. A depressão também é assim. Se não tratar, não adianta ninguém falar: ‘reaja, tenta’”, conclui.

“A cura da depressão não vem de uma coisa só: vem do apoio familiar, da medicação e do exercício físico” comenta Luis Schwarcz, fundador da Companhia das Letras, escritor e um dos editores mais consagrados do Brasil, que foi diagnosticado com transtorno bipolar e depressão. Schwarcz teve que realizar mais de 13 anos de terapia, e ser internado em uma clínica devido seu descontrole, para então lidar com os sintomas de traumas e pressões vivenciadas em seu lar durante a infância. Tudo isso desencadeado, segundo seu próprio livro: “O ar que me falta: história de uma curta infância e de uma longa depressão”.


Garota chorando com um tapa olho de um sorriso feliz.(Reprodução/Nath Araujo)


É consenso entre especialistas que a depressão, e as possíveis outras doenças psiquiátricas que podem surgir ou agravar seus sintomas, devem ser tratadas como problemas de saúde pública, que necessita de projetos de melhoria no sistema de saúde mental brasileiro. A população deve ser educada a identificar e tratar com seriedade a doença, procurando tratamento profissional o quanto antes, assim como trabalhar medidas que fortaleçam os laços de confiança do indivíduo fragilizado.

Foto destaque: Desenho de uma mão com o laço representando o Setembro Amarelo. Reprodução/Aller editora.

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