SUS oferecerá tecnologia para tratar câncer de pele; entenda o que é

David Silva Por David Silva
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O Sistema Único de Saúde (SUS) vai disponibilizar um tratamento contra o câncer de pele desenvolvido pelo Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP). Este método de tratamento é considerado especial no mundo, já que conta com um sistema duplo em uma única plataforma. O diagnóstico e o tratamento são feitos rapidamente, o que abre a possibilidade de avaliação e tratamento da doença em apenas um dia.

A terapia fotodinâmica é desenvolvida há mais de 20 anos pela faculdade. A tecnologia faz parte do projeto Terapia Fotodinâmica Brasil (TFD), iniciado em 2012 na USP, e recebeu financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), em conjunto com o Ministério da Saúde. Seu custo é baixo, além de ser de fácil produção, o que evita mutilações e procedimentos dolorosos para o paciente. 

Entenda o que é a terapia fotodinâmica

A terapia fotodinâmica é um procedimento médico que utiliza uma combinação de luz, fotossensibilizadores e oxigênio para tratar uma variedade de condições de saúde, incluindo câncer, doenças de pele e problemas oculares. O principal objetivo da terapia fotodinâmica é destruir ou danificar seletivamente as células-alvo sem causar danos significativos ao tecido circundante.

Um medicamento na forma de creme e que tem efeito seletivo sobre células cancerígenas é aplicado sobre as áreas com lesões. Após três horas, uma fonte de luz especial é irradiada na área de tratamento. A luz geralmente é uma luz laser de comprimento de onda específico que ativa um fotossensibilizador na célula-alvo. Em estudos feitos pela equipe do projeto TFD, a pomada se mostrou eficiente contra o carcinoma basocelular em estágios iniciais.


Terapia fotodinâmica sendo realizada. Foto:Reprodução/CEPOFução/F

Terapia fotodinâmica sendo realizada. (Foto: Reprodução/CEPOF)


Atualmente, o Brasil é líder mundial em pesquisa e aplicação dessa tecnologia. Contudo, o desafio agora é torná-lo mais amplamente disponível no SUS para atender um grande número de pessoas. A utilização no SUS já foi aprovada, mas o Ministério da Saúde ainda não divulgou a data que estará disponível. 

Câncer de pele não melanoma é o mais comum no Brasil

O Brasil tem buscado se desenvolver na área de oncologia, aumentando os investimentos em pesquisa e tratamento do câncer. Esforços estão sendo feitos para melhorar o acesso aos serviços de saúde em todo o país, especialmente nas áreas mais remotas onde as infra-estruturas de saúde são limitadas.

Entretanto, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer, o câncer de pele não melanoma é o mais incidente do Brasil, sendo 31,3% dos casos, seguido pelos de mama feminina (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%). O carcinoma basocelular é a doença maligna mais  diagnosticada e o primeiro tratamento é a cirurgia para remoção das lesões.

 

Foto destaque: Exemplo de câncer de pele. Reprodução/Freepik

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