Na última terça-feira (26) a OMS (Organização Mundial de Saúde) alertou sobre a varíola dos macacos no Brasil e disse que a situação no país é preocupante, já que os casos já ultrapassam de 800. No entanto, caso o Brasil queira comprar a vacina, deve correr contra o tempo. Isso porque em muitos países onde já existem casos da varíola dos macacos, tais como os EUA, Canadá e alguns países da Europa, já estão em tratativa há nove semanas com a única fabricante da vacina, a dinamarquesa Bavarian Nordic.
Por enquanto ainda não existe autorização para a compra de imunizantes contra a monkeypox no Brasil e isso pode fazer com que o país, caso faça a compra da vacina, fique com poucas doses para aplicação. De acordo com Rolf Sass Sorensen, vice-presidente das relações com investidores da Bavarian Nordic, os primeiros países interessados em comprar a vacina começaram a se mexer diante da alta de casos na Europa e evidentemente serão os primeiros a receber as doses. “Para os países que chegarem depois, como por exemplo (pode ser o caso do) Brasil, vamos poder oferecer ainda neste ano um pequeno quantitativo para aplacar situações emergenciais e depois garantir que recebam em primeiro lugar, até o segundo trimestre do ano que vem”, afirmou Sorensen.
Apesar dos acordos de compras pelo imunizante contra a varíola dos macacos, vale ressaltar que ela não é a única forma de proteção contra a doença. Já existe um imunizante fabricado pela farmacêutica Sanofi Pasteur criada para a varíola comum – varíola humana – que está sendo utilizada nos EUA para conter o surto. A vacina apresenta importantes indicativos iniciais de que pode gerar proteção contra o vírus monkeypox.
O Brasil e muitos outros países poderão ficar com poucas doses da vacina contra a monkeypox. (Foto: Reprodução/Freepik).
Negociação
O Ministério da Saúde informou que está negociando a compra de doses e afirmou em nota que “articula com a Organização Mundial da Saúde (OMS) as tratativas para aquisição da vacina monkeypox. A OMS coordena junto ao fabricante, de forma global, ampliar o acesso ao imunizante nos países com casos confirmados da doença”.
Além do Ministério da Saúde, o Instituto Butantan também está tratando do assunto de compras ou do desenvolvimento de um imunizante contra a doença. Para isso, criou um Comitê dedicado à varíola dos macacos que é parte integrante da Secretaria Extraordinária de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde.
Apesar disso, alguns especialistas afirmam que é pouco provável que uma nova vacina seja fabricada em poucos meses, dada a complexidade do desenvolvimento do imunizante.
Foto destaque: Ministério da Saúde está em processo de negociação para comprar o imunizante. Reprodução/ Reuters.