Xarope produzido na Índia pode estar ligado a morte de crianças na Gâmbia, diz OMS

Sergio Gelio Por Sergio Gelio
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Em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (5), o diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, afirmou que quatro medicamentos encontrados na Gâmbia podem estar ligados a lesões agudas no rim e a morte de 66 crianças. Os remédios produzidos na Índia pela empresa Maiden Pharmaceuticals Ltd, se chamam Kofexmalin Baby Cough Syrup, Makoff Baby Cough Syrup e Magrip N Cold Syrup e Promethazine Oral Solution. Eles são utilizados contra tosse e resfriado e estariam contaminados. 

Segundo o diretor, os medicamentos só teriam sido identificados na Gâmbia, mas podem ter sido distribuídos em outros países. A OMS recomendou que identificados esses xaropes em circulação, devem ser removidos do comércio para evitar danos maiores. O risco é global, pois o fabricante pode ter contaminado outros produtos. 


Foto: Criança tomando xarope. Reprodução: DepositPhoto


O problema em questão com o remédio seria uma quantidade “inaceitável” de dietilenoglicol e etilenoglicol, que podem ser tóxicos. Além dos problemas renais, outros sintomas são dor abdominal, vômitos, diarreia, dores de cabeça, estado mental alterado. 

Ainda em julho, na Gâmbia, dezenas de crianças com menos de 5 anos adoeceram dias depois de tomar o xarope. Segundo a CNN Brasil, o diretor de serviços de saúde da Gâmbia, Mustapha Bittaye, afirmou que o número de mortes diminuiu nas últimas semanas e que a venda de produtos fabricados pela Maiden Pharmaceuticals foi proibida. Entretanto, até recentemente, alguns dos xaropes ainda eram vendidos em clínicas particulares e em hospitais.

O diretor da OMS disse que a organização está “conduzindo investigações junto à empresa e às autoridades regulatórias da Índia”. A Maiden Pharmaceuticals optou por não comentar o ocorrido. A empresa tem sede em Nova Délhi e exporta medicamentos para países da África, Ásia e América Latina. Tedros se compadeceu com os familiares das vítimas. 

 

Foto destaque: Tedros Adhanom. Reprodução/JACK GUEZ/AFP

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