O Conselho Federal de Medicina (CFM) pediu à ANVISA a proibição do uso de polimetilmetacrilato (PMMA) em procedimentos estéticos. O requerimento foi entregue nesta terça-feira (21) durante a reunião. A utilização da substância é permitida pela ANVISA para preenchimentos cutâneos, mas não é indicado para uso estético.
O que é PMMA?
A PMMA, sigla utilizada para o polimetilmetacrilato, é um componente plástico que tem sido muito utilizado em preenchimentos estéticos e manuseado não apenas por médicos, mas de forma clandestina em clínicas irregulares. O polimetilmetacrilato pode ser encontrado em produtos como lentes de contato e implantes de esôfago.
Mortes envolvendo o uso de PMMA
Os procedimentos que utilizam PMMA têm se tornado muito populares. No dia 14 deste mês uma mulher de 46 anos foi encontrada morta em sua casa em Pernambuco após ser submetida a um procedimento estético chamado “harmonização de bumbum”. A família de Adriana informou que o procedimento foi feito com PMMA.
Em junho do ano passado, a influenciadora Aline Maria Ferreira morreu após realizar um procedimento para aumentar os glúteos. A mulher de 33 anos foi internada no dia 23 para realizar o procedimento, a aplicação de PMMA nos glúteos. Segundo o marido, a cirurgia foi rápida e Aline logo foi liberada para voltar para sua casa em Brasília. No entanto, no dia seguinte Aline começou a ter febre. O quadro piorou nos próximos dias, Aline foi internada e morreu em um hospital em Brasília (DF).
O uso de PMMA no Brasil
Segundo a ANVISA, o polimetilmetacrilato deve ser utilizado somente como um reparador e não para procedimentos estéticos. No Brasil, o órgão exige registro para o uso da substância, que só pode ser manuseada por profissionais habilitados. No entanto, as regras para o uso da PMMA são muito violadas no país, como consta o documento entregue pelo CFM à ANVISA.
As tentativas têm se mostrado infrutíferas, sendo incapazes de restringir o uso de produtos à base de PMMA a pequenas quantidades e com fins reparadores. O uso em grandes volumes e com fins estéticos vem aumentando vertiginosamente, inclusive por profissionais não médicos, causando imenso dano à população”
Documento entregue pelo Conselho à ANVISA.
Diante disso, o CFM pediu a suspensão imediata da venda e produção de preenchedores feitos à base de polimetilmetacrilato.
A ANVISA confirmou que recebeu o requerimento e disse que irá avaliar o documento.