Na terça-feira (02), a agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, Food and Drug Administration (FDA) aprovou a utilização do medicamento Donanemabe para o tratamento do Alzheimer. Segundo a agência, seu uso é recomendado para pessoas no estágio inicial da doença para que não haja um avanço grande da enfermidade.
O remédio foi fabricado pela farmacêutica Eli Lilly and Company e se trata da primeira terapia focada nas placas de amiloide. Essas placas se forem tóxicas e se acumularem no cérebro podem provocar problemas de memória, cognição e o desenvolvimento do Alzheimer em um indivíduo, o tratamento busca a retirada delas para gerar mais qualidade de vida ao paciente.
Testes do Donanemabe
O Donanemabe é um remédio injetável que deve ser aplicado uma vez por mês e sua utilização leva em torno de 30 minutos. Os fabricantes realizaram diversas pesquisas e testes para comprovar a eficácia do medicamento, ao todo foram 1.736 voluntários em oito países diferentes e metade dos participantes ficaram usando o fármaco durante um ano.
Idosa se consultando com o médico (Foto: reprodução/Halfpoint Images/Getty Images Embed)
Os resultados mostraram que o declínio cognitivo de pessoas com Alzheimer diminuiu cerca de 35% e também reduziu o avanço da doença em 39%. Em relação às placas de amiloide, o remédio também causou sua diminuição, a aplicação durante 12 meses provocou uma redução de 80% e as pessoas que utilizaram por 18 meses, apresentaram uma queda de 84% das placas.
A pesquisa também apresentou alguns efeitos colaterais que surgiram, três pacientes faleceram com a utilização do remédio após desenvolverem ARIA. A Anomalia Relacionada à Amiloide, costuma se desenvolver em terapias das placas amiloides e podem causar inchaços em partes do cérebro e pequenos sangramentos.
A empresa afirmou que outros casos de ARIA foram rapidamente identificados nas primeiras 6 semanas de uso e a medicação foi pausada para não agravar a situação dos pacientes. Eles informam que somente 2% dos voluntários apresentaram esses efeitos e a anomalia, apesar de séria, se tratada não leva uma pessoa ao óbito.
Caso o tratamento seja bem-sucedido e as placas forem removidas, é recomendado que o medicamento seja suspenso para diminuir gastos com o fármaco.
A farmacêutica afirma que o remédio não é uma cura do Alzheimer, mas que seu efeito para diminuir o avanço da doença pode levar mais segurança para uma vida independente. Eles também declaram que estão trabalhando para que o diagnóstico consiga ser feito mais rápido para o início de um tratamento precoce.
Preço e previsão de chegada no Brasil
O remédio será comercializado com o nome Kisunla, e custará US$ 695 dólares um frasco, já o tratamento para 18 meses custará US$ 48,6 mil dólares, no Brasil isso equivale a cerca de 4 mil e 280 mil reais respectivamente.
O medicamento foi submetido para avaliação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e atualmente está em espera para conclusão da análise. Sua distribuição no país ainda segue sem data definida.