A automedicação do brasileiro chegou ao ponto de levantar sinal de alerta pelo conselho federal de farmácia.
O aumento na venda desses antimicrobianos, que são aqueles medicamentos usados para matar organismos vivos, como vírus e bactérias, tornou-se um fenômeno preocupante por todo o país devido a várias razões.
Hábito prejudicial
As pessoas têm hábito, ao sentir algum sintoma provocado por vírus, por exemplo, de se automedicar ao invés de procurar uma unidade de saúde mais próxima. Hábito este totalmente inadequado, principalmente em caso de sintoma de dengue, podendo causar uma piora muito maior no estado de saúde.

Além disso, o uso excessivo e inadequado desses medicamentos pode levar ao desenvolvimento de resistência microbiana, tornando as infecções mais difíceis de tratar. Quando ocorre essa disseminação (fraqueza) da resistência antimicrobiana, como consequências, pode comprometer a eficácia dos tratamentos médicos, levando a um aumento da morbidade e mortalidade associadas a infecções comuns. Vale lembrar que outro ponto importante é o impacto ambiental do uso indiscriminado de antimicrobianos, principalmente quando esses medicamentos são descartados incorretamente, contribuindo para a contaminação de ecossistemas aquáticos e do solo.
Sinal de alerta
O CFF (Conselho Federal de Farmácia) utilizou o termo “epidemia silenciosa” com relação à venda desses medicamentos específicos, que tiveram um grande aumento nos últimos anos, sendo o bactericida o que mais foi adquirido pelos consumidores.
Segundo dados da CFF em parceria com uma consultoria internacional, no ano de 2019 houve o registro da venda de aproximadamente 170 milhões de unidades de antimicrobianos, e com o passar dos anos esse número só foi aumentando, apesar de que em 2023, houve uma pequena redução, mas nada significativamente.
O uso inadequado desses medicamentos, ao invés de acabar com a resistência das bactérias, apenas as deixa mais resistentes. O mundo passou por uma pandemia em 2020 e esse fator se tornou mais crucial ainda, visto que o vírus da COVID 19 se mostrou ainda mais resistente no início, pois as pessoas ainda não sabiam a forma correta de combater e se automedicavam sem saber.
Portanto, é crucial promover o uso responsável de antimicrobianos, tanto na prática clínica quanto na agricultura, e investir em estratégias de prevenção de infecções para reduzir a necessidade desses medicamentos. Isso inclui medidas como a vacinação, higiene adequada e controle de infecções em ambientes de saúde e na produção de alimentos.