Nova estratégia de vacinação contra HPV é anunciada pelo Ministério da Saúde

Pedro Ramos Por Pedro Ramos
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A vacina, denominada Vaxzevria, foi desenvolvida em colaboração com a Universidade de Oxford, sediada no Reino Unido (Fotografia: Reprodução/Freepik/Freepik)

Foi revelada pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, uma importante atualização no esquema de vacinação contra o HPV, um vírus associado a uma parcela significativa dos casos de câncer de colo do útero. A partir de agora, a vacina será administrada em dose única pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com foco específico em crianças e adolescentes com idades entre 9 e 14 anos.

O público-alvo compreende, principalmente, meninas e meninos nessa faixa etária. No entanto, indivíduos imunossuprimidos, vítimas de violência sexual e aqueles diagnosticados com papilomatose respiratória recorrente (PPR) poderão continuar seguindo o esquema anterior, que previa até três doses da vacina.

A iniciativa também engloba um esforço coordenado para identificar jovens de até 19 anos que ainda não tenham recebido nenhuma dose da vacina, com o objetivo de garantir a atualização da imunização. Ademais, a nota técnica do ministério passa agora a incorporar pessoas diagnosticadas com PPR em idade variada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Grupos contemplados

Os grupos elegíveis para receber a vacina gratuitamente pelo SUS abrangem não somente crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, mas também indivíduos com condições clínicas especiais até os 45 anos, como aqueles com HIV/Aids, transplantados e pacientes oncológicos. Ademais, estão contemplados também vítimas de abuso sexual e pessoas com PPR.

Essa alteração no programa de vacinação segue uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), embasada em evidências que apontam para a significativa eficácia de uma dose da vacina contra o HPV. O intuito é ampliar a cobertura vacinal, incorporar mais grupos prioritários e facilitar a implementação da vacinação em países com recursos limitados.

Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), salienta que diversos estudos corroboram a eficácia de uma dose da vacina, o que levou diversos países, incluindo o Brasil, a adotarem o esquema de dose única para jovens até 20 anos.

Vacina ajuda a reduzir os casos de câncer do colo de útero


Mulher recebendo vacina de enfermeira
Pessoas imunossuprimidas e vítimas de abuso sexual, que têm direito à vacinação na rede pública, continuarão seguindo o esquema anterior (Foto: reprodução/Freepik)

Uma parcela significativa dos casos de câncer de colo do útero é atribuída ao HPV, podendo sua erradicação ser viabilizada por meio da vacinação, rastreamento e tratamento das lesões. A imunização não apenas oferece proteção contra o câncer de colo do útero, mas também contra outros tipos de câncer, como os de pênis, ânus, orofaringe, vagina e vulva.

Embora mais de 80% das pessoas possam ser infectadas pelo HPV em algum momento da vida, a vacinação é essencial para prevenir complicações, dado que alguns tipos de vírus apresentam potencial oncogênico. A vacina disponível pelo SUS protege contra quatro tipos de vírus, enquanto a versão nonavalente, disponível na rede privada, amplia essa proteção para mais cinco tipos de vírus, aumentando a eficácia contra os cânceres de colo do útero.

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