O Sistema Único de Saúde (SUS) aprovou o uso da membrana amniótica como curativo biológico no tratamento de queimaduras. A técnica era autorizada apenas para fins de pesquisa. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias havia recomendado o uso e a decisão foi dada pelo órgão de saúde.
O material é parte da placenta que envolve o feto e pode ser aplicado em qualquer parte do corpo. Ele reduz infecções, alivia a dor e acelera a cicatrização.
Técnica promissora e de baixo custo
A membrana é retirada com autorização da mãe logo após o parto. O material é limpo, testado e armazenado em bancos de tecidos. A membrana é fina, flexível e resistente, mas adapta-se a áreas delicadas como mãos e rosto.
O curativo pode durar até 14 dias. Ele reduz a troca constante de materiais, o risco de infecções e o sofrimento dos pacientes. O uso da membrana quadruplica os estoques e deve ampliar o acesso ao tratamento, segundo médicos do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Ministério da Saúde deve regulamentar o uso
O Ministério da Saúde precisa definir as regras para que o uso comece oficialmente. A regulamentação vai indicar quem pode doar, quais hospitais e maternidades estarão aptos e quais pacientes terão acesso à técnica.
Leonardo da Silva foi um dos primeiros a usar o curativo e relatou melhora significativa. Ele ainda passará por nova cirurgia, mas afirma sentir menos dor e notar boa evolução. A expectativa é que o procedimento esteja disponível no SUS no início do próximo semestre.
Queimaduras por fogos e água-viva reforçam demanda por novos tratamentos
Casos como de um turista argentino que sofreu queimaduras de segundo grau após uma queima de fogos irregular durante passeio de barco ou da cantora Anitta que foi atingida por uma água-viva durante um mergulho, resultando em queimadura dolorosa e inflamação na pele ilustram a gravidade e diversidade das queimaduras tratadas nos serviços de saúde.