Foi aprovado no Brasil, um tratamento inédito para o mieloma múltiplo, um câncer que atinge as células de medula óssea, que são os agentes encarregados de combater bactérias e vírus em nosso corpo, fazendo com que rins, ossos e o sistema imunológico sofram com danos.
Os principais sintomas do mieloma múltiplo são dores ósseas, fraturas frequentes, perigo de anemia e infecções, geralmente atingindo a partir dos 65 anos de idade.
Mieloma múltiplo
Entre 2000 e 2019, em levantamentos do Observatório do Câncer, a sobrevida de 5 anos para os pacientes com esta condição, subiu de 23,8% para 62,9%, resultados de avanços terapêuticos e início do transplante da medula óssea sendo fase do tratamento. A doença ainda é tida como sem cura, por conta do retorno da doença e algumas vezes, a pouca resposta ao tratamento.
A Anvisa liberou o Cavrykti em março de 2022, a segunda terapia CAR-T cell que já foi permitida no Brasil, chegando agora em 2024 aos pacientes. Em um primeiro momento, essa terapia gênica foi recomendada para pessoas com recorrências do câncer ou resistentes à classe tripla.
“A gente tem três grandes classes de medicamentos para o tratamento do mieloma. Se o paciente já foi exposto a todas e recidiva, é possível usar outra droga da mesma classe. É o que a gente tem feito, mas a duração de resposta nessas tentativas subsequentes vai diminuindo. Você nunca esperaria uma sobrevida de 74% com o tratamento padrão. Esse grau de resposta é inusitado “, disse Phillip Scheinberg, líder da Hematologia da Beneficiência Portuguesa de São Paulo.
Papel do Brasil no novo tratamento
Antes mesmo dos Estados Unidos e de qualquer país da Europa, o Brasil foi o primeiro país do mundo a aprovar esta nova terapia gênica, além de ser o quarto do mundo a obter o cilta-cel, peça-chave para o novo tratamento contra o mieloma múltiplo.