Com a volta do tema nas redes sociais, devido os casos da atriz Micheli Machado e da apresentadora Tati Machado, a CNN conversou com o ginecologista e obstetra Nélio Veiga Júnior sobre o assunto, o qual indicou que os casos de perda de bebê em gestação avançada são raros.
A perda gestacional depois de 20 semanas, é chamada de “óbito fetal”, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), sendo uma morte fetal intrauterina. Nas normas dos Estados Unidos, a nomenclatura pode ser como “natimorto”.

Possíveis causas de perda de bebê em gestação avançada
Segundo Veiga Júnior, é preciso observar a saúde da mãe, a qual ele chama de “causas maternas”, como casos de diabete, doenças autoimunes, hipertensão, fora as complicações que a própria gestação pode apresentar. Isso porque, fora a própria saúde do bebê de forma geral, 10 a 20% dos casos acontecem com fetos que possuem uma doença genética, isto é, quando há alguma mudança cromossômica.
Para o CNN, a ginecologista e obstetra Mirian Andrade Mira, médica chefe da maternidade do Grupo Santa Casa de Franca (SP), disse ao CNN outras causas para uma possível perda gestacional avançada, como por exemplo:
- Consumo de álcool;
- Idade materna (< 15 anos e > 35 anos);
- Gestação de gêmeos;
- Gestações com idade gestacional maior que 41 semanas;
- Óbito fetal em gestação anterior;
- Problemas na gestação anterior (como pré-eclâmpsia, prematuridade e restrição de crescimento fetal);
- Tabagismo;
- Uso de substâncias ilícitas (como cocaína, metanfetaminas).
Veiga diz ainda que é preciso averiguar se há algum tipo de infecção, por ser a causa de 50% dos óbitos fetais em países subdesenvolvidos, desde toxoplasmose a rubéola. Segundo o médico, algumas bactérias das doenças como herpes e sífilis, fora dos vírus COVID, pneumonia e zika, podem se espalhar pelo sistema do bebê, o levando a óbito.
Casos ao redor do globo
Conforme resultado de pesquisa realizada pelo profissional, as mortes em mais de 20 semanas decaíram por volta de 33 para 23 mil nascimentos. Ainda assim, em países de baixa renda, as taxas de natimortos é mais alta, cerca de 36,3 mortes a cada mil nascimentos. A maioria dos casos de óbito fetal ocorre no sul da Ásia e na África Subsaariana, somando 77% dos casos de todo o mundo.