Pesquisa aponta os dois melhores exercícios para baixar a pressão arterial 

Lorena Camile Por Lorena Camile
5 min de leitura
Foto Destaque: pessoa realizando "prancha" (reprodução/Freepik)

Em pesquisa realizada recentemente foi possível observar a existência de exercícios ideais para a diminuição de pressão arterial. Tal estudo apontou exercícios mantidos em posição estática como os melhores pretendentes da eficácia, dispensando aqueles mais frenéticos como corrida e pesos. 

Pesquisa

Publicando um artigo para o The Conversation, Jamie Edwards, professor de Fisiologia do Exercício pela Universidade do Leste de Londres, em parceria com Alex Walker, professora de Terapia Esportiva da mesma instituição, falaram sobre os resultados da pesquisa analisada. Conforme tais resultados, aqueles exercícios que envolvem contrair um músculo ou grupo muscular mantendo-o estático para comprimento do mesmo, também conhecido como exercícios isométricos, ajudam a reduzir a pressão arterial.  

Durante a pesquisa, Edwards observou cerca de 270 ensaios clínicos randomizados envolvendo mais de 15 mil participantes, tendo assim a constatação de que o melhor jeito para ter a pressão arterial reduzida era realizando em média três sessões isométricas por semana. O grupo participante do material também apresentou resultados positivos e significativos na função, estrutura e mecânica do coração, desempenho do sistema nervoso autônomo e saúde do sistema vascular. 

“Cada sessão consistiu em quatro séries de dois minutos de exercícios isométricos, com um período de descanso de um a quatro minutos entre cada uma. A redução resultante da pressão arterial foi comparável à observada em pessoas que tomam medicamento padrão para a pressão arterial”, apresentaram os autores. 


Prática de agachamento estático (Foto: reprodução/ Freepik)

Salientando, o professor Jamie Edwards também escreveu que “todas essas mudanças são importantes para uma boa saúde cardiovascular e menor risco de doenças”. Ainda segundo os autores, a natureza única de manter uma contração muscular estática pode ser o fator decisivo pelo qual a isomeria pode ser tão eficaz. Com o comprimento dos vasos sanguíneos e depois a liberação da retenção isométrica, leva-se um maior fluxo sanguíneo para os vasos antes comprimidos.  

“Nossos ligamentos desempenham um papel essencial na estabilização das articulações quando nos movemos. Mas lesões podem acontecer se colocarmos muita pressão em um ligamento, como uma aterrisagem desajeitada com uma perna ao saltar. Mas os nossos músculos desempenham um papel importante na redução da força colocada nos nossos ligamentos, ajudando a criar estabilidade em torno de uma articulação”, expuseram no artigo.  

Resultados eficazes

Um dos resultados vistos na pesquisa foi a ajuda na resolução dos desequilíbrios musculares. Sabendo-se que é comum os músculos serem mais fortes de um lado do corpo do que no outro, por consequência da lateralidade, isso aumenta o risco de lesões e desempenhos de atletas, sendo que os exercícios isométricos — unilaterais — como agachamento dividido ou prancha lateral, podem ajudar a reduzir a diferença de força entre os membros, por visarem uma parte do corpo. 

Foi visto que estes exercícios também melhoram o desempenho, melhorando a força em posições fixas específicas, ocorrendo por causa da capacidade que tais exercícios tem de ativar músculos ou grupo musculares específicos, ajudando assim o desenvolvimento da força necessária para suportar a carga colocada sobre o corpo durante o exercício e a vida cotidiana.  

Nos estudos que investigaram os benefícios dos exercícios isométricos para a saúde cardíaca, em sua maioria, exigiram que os participantes apenas fizessem oito minutos de exercícios por sessão. Colocado em proporção, isso equivale cerca de quatro séries de isometria, com cada sessão sendo realizada por dois minutos e tendo um descanso de um a quatro minutos entre as séries. Outros estudos também já apontaram que esses exercícios só precisam ser realizados três vezes por semana durante três semanas para que mudanças significativas sejam notadas. 

Os exercícios isométricos são frequentemente usados como parte de programas de reabilitação de fisioterapia e terapia esportiva para pessoas em recuperação de lesões musculoesqueléticas. Isso porque podem ser realizados com mobilidade limitada e onde a dor pode ser um fator limitante. Como os exercícios isométricos são realizados em posição estática, podem ser mais toleráveis do que exercícios que exigem muito movimento”, disseram.  

Além disso, os professores, pesquisadores e autores do artigo indicaram iniciar a prática desses exercícios com agachamentos na parede (estar com as costas pressionadas contra a parede enquanto finge estar sendo numa cadeira) e ainda, pranchas (apoiar-se nos antebraços e na ponta dos dedos dos pés, elevando o estômago e mantendo-se nivelado). É recomendado também consultar um profissional de saúde antes de mudar o plano de exercícios pré-determinado.  

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