Seis em cada dez brasileiros enfrentam sobrepeso ou obesidade, aponta pesquisa

Manuella Bahls Por Manuella Bahls
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Foto destaque: Idade, renda e sedentarismo são principais fatores para obesidade (Reprodução/Michal Jarmoluk/Pixabay)

Um levantamento recente do Instituto Datafolha, realizado em parceria com a farmacêutica Novo Nordisk, revela que 59% dos brasileiros têm sobrepeso ou obesidade, conforme o Índice de Massa Corporal (IMC).

No entanto, apenas 11% receberam um diagnóstico formal dessas condições, indicando um preocupante desconhecimento sobre o problema.

Diagnóstico insuficiente e percepção equivocada

Embora o IMC de 59% dos brasileiros indique sobrepeso ou obesidade, o estudo mostra que a maioria não busca ou recebe um diagnóstico médico.


No Brasil 45,5% consome verduras e legumes (Foto: reprodução/Tânia Rêgo/Agência Brasil)

A falta de reconhecimento formal da condição pode dificultar o acesso ao tratamento adequado, essencial para prevenir complicações graves de saúde, como doenças cardiovasculares e diabetes.

Os dados do Datafolha refletem uma tendência observada na pesquisa Vigitel 2023, do Ministério da Saúde, que apontou que 61,4% dos adultos brasileiros têm IMC superior a 24,9, faixa que indica sobrepeso.

Mesmo com números alarmantes, 61% dos entrevistados que se enquadram nessa condição acreditam ter boa saúde, o que preocupa especialistas.

Consequências e desafios do tratamento

A obesidade é uma doença crônica, neuroquímica e recidivante, o que significa que, sem tratamento contínuo, a condição tende a persistir e agravar.

A obesidade não é apenas uma questão de comportamento, mas envolve mecanismos biológicos complexos“, explica Bruno Geloneze, endocrinologista e professor da Unicamp. Ele ressalta que a ausência de diagnóstico contribui para que muitos brasileiros não procurem o tratamento necessário.


Bruno Geloneze, endocrinologista e professor da Unicamp
(Foto: reprodução/Léo Ramos Chaves /Revista Pesquisa FAPESP)

Além disso, a pesquisa destaca que, apesar do desejo de mudança, a maioria dos brasileiros com sobrepeso ou obesidade enfrenta dificuldades para perder peso de forma sustentável. Isso ocorre, em parte, pela falta de acompanhamento médico especializado, que pode orientar sobre as melhores práticas e estratégias de tratamento.

Medicações e desafios de acesso

Recentemente, novas medicações para o tratamento da obesidade têm demonstrado eficácia, como o Wegovy, da Novo Nordisk. Contudo, Geloneze alerta que o acesso a esses medicamentos ainda é limitado e que a compreensão da obesidade como uma doença que requer tratamento contínuo precisa ser ampliada.


Novas medicações para o tratamento da obesidade têm demonstrado eficácia
(Foto: reprodução/FreePhotosART/Pixabay)

O estudo também revela que a obesidade no Brasil é multifatorial, influenciada por maus hábitos alimentares, sedentarismo e fatores ambientais, como a exposição a contaminantes e a mudança na microbiota intestinal.

A modernidade, em muitos aspectos, facilita o ganho de peso“, conclui Geloneze, ressaltando a necessidade de políticas públicas e iniciativas de saúde que abordem esses fatores de maneira abrangente.

Jornalista curiosa e sensível, apaixonada por contar histórias que inspiram e conectar pessoas através das palavras.
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