O Ministério da Saúde anunciou na quinta-feira (4) a incorporação do implante anticoncepcional Implanon ao Sistema Único de Saúde (SUS).
O método tem duração de até três anos e alta eficácia na prevenção da gravidez, além de ser indicado como uma alternativa reversível e segura. Com isso, o sistema de saúde brasileiro amplia o acesso a um novo tratamento hormonal de longa duração.
O governo pretende iniciar a distribuição no segundo semestre e a expectativa é oferecer mais de 500 mil implantes ainda este ano, totalizando 1,8 milhão até 2026. Para isso, o investimento é estimado em torno de R$245 milhões.
Como funciona e quando estará disponível
Implanon é um bastão pequeno e flexível. Profissionais capacitados aplicarão o bastão sob a pele. O implante libera gradualmente o hormônio etonogestrel na corrente sanguínea, o que impede a ovulação e dificulta a entrada dos espermatozoides no útero.
O dispositivo tem eficácia comparável à pílula, mas com a vantagem de não depender do uso contínuo. Profissionais de saúde devem remover o implante três anos após a colocação, assim retornando a fertilidade. Uma equipe médica pode colocar um novo Implanon imediatamente, caso a mulher deseje, caso a mulher deseje.
Segundo o Ministério, o único método de longa duração atual do SUS é o DIU de cobre. Portanto, o Implanon vem como uma ampliação às opções para planejamento reprodutivo da rede pública.
Contracepção e saúde da mulher em debate
Além do implante, o SUS continuará oferecendo anticoncepcionais orais, injetáveis, DIU, preservativos, laqueadura e vasectomia. Contudo, a preocupação com a saúde reprodutiva cresce. Um estudo recente publicado na revista JAMA aponta que mulheres que usam DIUs hormonais têm risco 40% maior de desenvolver câncer de mama, ainda que o risco absoluto permaneça baixo.
Um agência reguladora do Reino Unido alerta sobre a possível redução da eficácia dos anticoncepcionais orais em mulheres que tomam remédios para emagrecer. Nessas situações, especialistas recomendam alternativas como preservativos, DIUs ou implantes hormonais.
O Ministério da Saúde publicará em breve a portaria que oficializa o Implanon no SUS e os órgãos terão 180 dias para efetivar a oferta.