Uso excessivo de tecnologia afeta alimentação dos adolescentes

Raabe Miranda Por Raabe Miranda
4 min de leitura
Adolescente utilizando tela de aparelho eletrônico (reprodução/GettyImages/ Leon Neal / Equipe)

Apesar da tecnologia servir a muitos propósitos positivos e auxiliar em tarefas simples do cotidiano, porém, essa ferramenta revolucionária e global, também trouxe consigo um grande perigo: a piora na forma como os adolescentes têm se alimentado. E umas das principais causas nessa queda de qualidade na dieta da nova geração, é o tempo de uso de tela que tem aumentado nos últimos tempos.

Adolescente usando duas telas (reprodução/GettyImages Embeed/
Ute Grabowsky)


Um assunto que exige atenção

Em uma pesquisa publicada recentemente, pesquisadores buscaram identificar indicadores que relacionassem o tempo de uso excessivo de diferentes telas, a qualidade da dieta em adolescentes e características do entorno escolar. A sondagem foi realizada com o público adolescente, de cerca de 30 escolas estaduais de Curitiba, capital do Paraná, na qual foi registrado o tempo permanecido em frente a alguns tipos de tela, como televisão, videogame e portáteis. A qualidade da dieta foi avaliada pela frequência de consumo de alimentos e a renda do entorno escolar foi obtida do Censo. Nessa investigação, verificou-se que de 1,2 mil adolescentes, 50,9% do sexo masculino, 74,4% tiveram tempo excessivo de tela.

Adolescentes usando celular (reprodução/GettyImages Embeed/
Ute Grabowsky)


Resultados do exagero

O desfecho foi bastante expressivo, liderando o ranking de excesso de tempo de telas encontra-se a TV (56,5%), diretamente ligada à pior qualidade da alimentação. Depois, observou-se que o videogame (22,0%) foi menor no sexo feminino, associado à pior qualidade da alimentação, à menor renda do entorno escolar, e à pior classificação do ambiente construído para atividade física. O que também chamou a atenção foram as telas portáteis telas (53,2%), das quais a categoria demonstrou grande potencial de aumento, com a renda na região escolar. Diante dos resultados obtidos, conclui-se que o uso excessivo de TV e de telas portáteis foi amplamente praticado por adolescentes, com diferentes variáveis demográficas e contextuais associadas de acordo com o tipo de dispositivo utilizado.

Adolescente com tecnologia (reprodução/GettyImages Embeed/
Mr Vito)


Conselhos de uma especialista

É aí que mora o perigo. Segundo a opinião de especialistas da área da saúde, o desequilíbrio no modo como são utilizadas as telas, sem horário e sem regras, prejudica a dieta dos adolescentes, como também afeta a rotina de exercícios físicos e altera o funcionamento biológico do corpo. Segundo a nutricionista Serena del Fávero, do Hospital Israelita Albert Einstein, uma péssima alimentação pode desencadear em uma série de doenças como obesidade, influenciar o risco de doenças crônicas, como problemas cardiovasculares, diabete tipo 2 e alguns tipos de câncer.

“Além disso, o consumo de nutrientes inadequados pode afetar o crescimento e o desenvolvimento físico, além de comprometer a função cognitiva e o desempenho acadêmico”

Nutricionista Serena del Fávero

E as consequências não param por aí. Os problemas que se iniciam hoje podem ter grandes resultados negativo no futuro.

“Uma dieta de má qualidade na adolescência não afeta apenas a saúde atual, mas também estabelece as bases para problemas de saúde futuros”

Nutricionista Serena del Fávero

Diante disso, o importante é encontrar o ponto de equilíbrio e saber maneirar na forma e no tempo como se utiliza as telas. Conforme a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), ter saúde é estar no estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de doença, então, o ideal é manter esse trio em plena harmonia com boas práticas de saúde e não correr riscos.

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Comunicação Social -Jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa.
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