Com autorização da Anvisa nesta terça-feira (1), a primeira vacina contra a gripe aviária desenvolvida no Brasil irá iniciar seus testes clínicos em humanos. Através dos testes realizados pelo Instituto Butantan, será possível testar a segurança e eficácia da vacina em gerar uma resposta segura e imunológica no ser humano.
Cerca de 700 voluntários estão inseridos nesses testes, que ocorrerão nos estados de Pernambuco, Minas Gerais e São Paulo, contendo entre os grupos de pacientes, adultos e idosos.
Testes
De acordo com o Instituto Butantan, os voluntários vão receber duas doses do imunizante ou do placebo, tendo um intervalo de 21 dias entre as duas doses. Entretanto, entre os participantes, somente 1 a cada 7 irão receber o placebo, enquanto os outros 6 irão receber as doses da vacina.
Por 7 meses a seguir da aplicação das duas doses, os pacientes serão monitorados e acompanhados, através de visitas para avaliar a segurança e eficácia da vacina.
Galinhas estão entre os animais que sofrem com a doença viral (Foto: reprodução/Paula Bronstein/Getty Images Embed)
Gripe Aviária
Considerada com alto risco de contaminação, a forma mais comum da gripe aviária ou influenza (H5N1), normalmente atinge aves tanto domésticas quanto silvestres. Entre os sintomas causados nos animais, estão os problemas respiratórios. Outros animais que podem se contaminar são os ratos, gatos, cães, cavalos, porcos – sendo todos da categoria dos mamíferos.
A contaminação dos seres humanos pode acontecer através de contato com aves que carregam a doença viral ou superfícies contaminadas com saliva, secreções nasais ou fezes dos animais. A taxa de mortalidade entre as pessoas tem uma porcentagem de mais de 60%, principalmente entre grupos de risco. São eles: imunodeprimidos, idosos e portadores de doenças que atingem o coração e/ou pulmões. Os sintomas são de uma gripe comum e o tratamento ocorre através de remédios antivirais.
De acordo com a Anvisa, entre 2003 e 2004, houveram registros de 954 humanos contaminados pela gripe aviária em 24 diferentes países, além de 464 mortes. A taxa de letalidade é de 48,6% e é considerada maior do que a registrada na pandemia de Covid-19, onde a porcentagem era menos de 1%.