Aplicativos e produtos audiovisuais recebem nova classificação e faixa etária

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, assinou uma portaria que cria uma nova faixa etária para aplicativos digitais e um tipo de classificação etária. A portaria foi assinada nesta quarta-feira (15) e estabelece que a nova faixa etária seja direcionada para crianças a partir de 6 anos. 

Essas medidas valem para aplicativos de celular e produtos audiovisuais. Atualmente, os aplicativos possuem a classificação “livre” e para 10 anos, 12 anos, 14 anos, 16 anos e 18 anos, sendo a última já destinada para adultos.

Classificação e faixa etária

A nova faixa etária de 6 anos, recentemente assinada, será adicionada entre a classificação “livre” e a de “10 anos”. Ela irá indicar que o aplicativo ou o produto audiovisual (como filmes, séries e jogos) não é indicado para crianças menores de 6 anos. Essas medidas foram assinadas visando a segurança de crianças e jovens ao consumir produções audiovisuais e aplicativos de celular. De acordo com o ministro Ricardo Lewandowski, as crianças e os adolescentes são marcados pela violência no seu desenvolvimento em espaços virtuais, assim a portaria oferece um ambiente seguro e saudável para o crescimento das crianças brasileiras. 


Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, em sessão para assinar a portaria (Foto: reprodução/Valter Campanato/Agência Brasil)

Outra medida é sobre a classificação indicativa de aplicativos e produtos audiovisuais. Estes irão receber uma classificação e terão alertas para os responsáveis de menores de idade alertando sobre potenciais riscos no ambiente digital. Aplicativos que podem atingir crianças menores de idade ou que tenham conteúdos gerados por inteligência artificial também serão classificados com essa nova medida. Atualmente, somente produtos audiovisuais e aplicativos que direcionam para esses tipos de produto recebem essa classificação. 

Outras medidas para proteção de menores de idade

Além da portaria assinada por Ricardo, o governo junto com o Congresso Nacional têm feito projetos e leis que visam proteger a integridade de crianças e adolescentes nos ambientes digitais, principalmente após o tema da adultização de crianças e jovens começar a ser muito discutido esse ano. A adultização é um fenômeno onde crianças são expostas a comportamentos e aparências de uma vida adulta, comprometendo o desenvolvimento e a saúde mental desses menores de idade que são expostos. 

Junto com o novo projeto, o Congresso, com apoio do Senado e da Câmara dos Deputados, aprovaram um projeto de lei que cria o Estatuto Digital da Criança e do Adolescente, tendo a mesma importância do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mas no ambiente digital. No projeto de lei estão a obrigatoriedade de vinculação de um responsável legal na criação de um perfil em um rede social por um menor de 16 anos, remoção de conteúdos abusivos para menores de idade, suspensão definitiva ou temporária de plataformas que não cumprirem com as medidas e verificação de idade por meio de dispositivos confiáveis.

Fernanda Lima fala sobre cuidado com os filhos nas redes sociais

Com uma agenda mais tranquila, a apresentadora Fernanda Lima falou sobre o cuidado que toma com seus filhos a respeito da exposição nas redes sociais, em entrevista exclusiva para a revista “Quem”.

Sua agenda ficou mais tranquila e vazia para a criação da caçula de 5 anos, do que quando estava criando seus gêmeos de 17 anos, com mais obrigações profissionais, devido sua agenda cheia e apertada.

Fernanda Lima sobre redes sociais e adolescentes

Com a diferença de idade dos filhos e com constante mudança do ambiente virtual, Fernanda comentou sobre a gravidade da exposição de adolescentes e crianças nas redes sociais, bem como o acesso a conteúdos que podem ser danosos.

A apresentadora disse que seus filhos não tiveram a noção de perigo das redes sociais entre os 12 e 13 anos, pois conseguiu protegê-los e deixá-los longe desse ambiente que pode ser tão danoso.

Com o crescimento da caçula Maria Manoela, Fernanda acredita que precisará ser ainda mais cuidadosa, pois as redes sociais e a internet passam por uma “progressão geométrica” que a cada dia ficará pior, se tornando “cada vez mais perigoso e mais ameaçador”, fazendo com que a proteção seja mais que necessária.

Além disso, o cuidado com o crescimento de Maria se dá também pelo mundo machista em que vivemos, fazendo com que as meninas tenham ainda mais cuidado hoje em dia que oprime e abusa das mulheres, e a atenção que teve com os gêmeos Francisco e João precisará ser redobrada.


Lei é sancionada para proteção de crianças e adolescentes quanto adultização nas redes sociais (Foto: Reprodução/X/@SenadoFederal)

Criação de adolescentes hoje

O fato de seu marido, Rodrigo Hilbert, ter um pensamento similar com o seu facilita a criação dos filhos, visto os valores compartilhados e não haver atritos quanto à educação por divergências.

Fernanda comentou sobre falar a respeito da adolescência com inúmeros profissionais, e a relevância da pauta é notória quando se vê as diversas experiências compartilhadas por pessoas públicas e anônimas, além da discussão do tema na televisão.

A apresentadora comentou que, conversando com os filhos e se atentando às suas necessidades, é possível evitar que grandes problemas ocorram, o que ajuda não somente o adolescente, mas também a preocupação dos responsáveis quanto às possíveis problemáticas das redes sociais para os jovens.

Lula sanciona lei para proteger crianças da ‘adultização’ nas redes sociais

Nesta quarta-feira (17), uma nova lei foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o objetivo de proteger crianças e adolescentes do fenômeno conhecido como “adultização” nas redes sociais. A medida, que estabelece uma série de novas obrigações para as plataformas digitais, representa um marco importante na regulamentação da internet no Brasil.

A lei foi criada para combater a exposição de menores a conteúdos inapropriados e para garantir um ambiente online mais seguro. Ela exige que os provedores de serviços digitais vinculem as contas de crianças e adolescentes a um responsável legal, assegurando maior controle e supervisão sobre a atividade online desse público. Além disso, as empresas agora têm a obrigação de remover qualquer conteúdo que seja considerado abusivo ou prejudicial a menores, reforçando a proteção contra exploração e assédio.

Legislação ganha força após denúncia viral

A necessidade de uma legislação como essa ganhou destaque após um vídeo do influenciador Felca viralizar, expondo a maneira como algumas plataformas incentivam a monetização de conteúdo criado por crianças de forma controversa. A grande repercussão do caso chamou a atenção do público e de legisladores, levando o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, a priorizar a votação da proposta. O projeto foi rapidamente aprovado tanto na Câmara quanto no Senado, demonstrando o amplo consenso sobre a urgência do tema.


Matéria sobre a sansação do projeto chamado ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente Digital) (Vídeo: reprodução/YouTube/Jornal da Gazeta)

As novas regras se aplicam a todos os produtos e serviços de tecnologia da informação que possam ser utilizados por crianças e adolescentes, independentemente de sua natureza ou tamanho. Isso significa que a lei impacta desde as maiores redes sociais até aplicativos e jogos que permitam a interação de menores.

Sanções severas reforçam compromisso com a proteção infantil

O descumprimento das normas estabelecidas acarreta punições rigorosas. As multas podem variar de R$ 10 por usuário cadastrado na plataforma até um teto de R$ 50 milhões, dependendo da gravidade da infração. A lei também prevê a possibilidade de suspensão temporária ou até mesmo definitiva das atividades das empresas que persistirem no descumprimento das regras.

Essas sanções financeiras e operacionais têm o objetivo de garantir que as plataformas levem a sério a responsabilidade de proteger seus usuários mais jovens. A nova lei busca equilibrar a liberdade de expressão e a inovação tecnológica com a necessidade de salvaguardar a saúde mental e o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes na era digital.

Dois jovens são presos em Pernambuco por ameaças ao influenciador Felca

Dois jovens foram presos em Pernambuco após suspeitas de ameaças contra o influenciador digital Felca e a psicóloga Ana Beatriz Chamati, que participou do vídeo “Adultização”, publicado no YouTube, denunciando a exposição de crianças e adolescentes na internet. Cayo Lucas Rodrigues dos Santos, de 21 anos, foi preso em flagrante nesta segunda-feira (25), junto com Paulo Vinicios Oliveira Barbosa, também de 21 anos, apontado como cúmplice.

Os crimes

A Polícia Civil de Pernambuco informou que Cayo Lucas já era investigado há quase um ano, suspeito de ameaças virtuais, comércio de informações e invasão de bancos de dados da polícia. Ele foi preso em flagrante enquanto acessava o Sistema de Segurança Pública de Pernambuco em busca de credenciais.

Segundo as investigações, Cayo era considerado o líder do esquema e poderia lucrar até R$ 30 mil por semana com a venda de informações sigilosas. O delegado Eronides Meneses afirmou que o jovem confessou os crimes e admitiu ter acessado sistemas do Poder Judiciário.

Ele confessou, inclusive, que tinha acesso a todos os sistemas das polícias do Brasil, sistemas do Poder Judiciário, sistemas de mandados de prisão, conseguindo inserir informações de prisão contra qualquer indivíduo, qualquer inimigo, pessoa que fosse inimiga do grupo”, declarou o delegado

Ameaças

As ameaças contra Felca e Ana Beatriz começaram após a publicação do vídeo “Adultização”, no YouTube, que já ultrapassa 50 milhões de visualizações. Em vídeo, Felca denuncia a exploração da imagem de crianças e adolescentes na internet, enquanto a psicóloga relata os impactos dessa exposição no desenvolvimento dos jovens. Segundo a Polícia Civil, Cayo chantageava jovens e os submetia a tortura virtual. Há relatos de vítimas com menos de oito anos de idade. Além disso, ele intimidava aqueles que ameaçavam denunciar os abusos.


Felca em corte do vídeo ”Adultização” (Reprodução/Instagram/@adultizacaofelca)


Cayo Lucas e Paulo Vinicios seguem presos e já foram designados a defensores públicos para os representar diante das acusações. A polícia continua as investigações em busca de outros suspeitos e de mais provas nos equipamentos apreendidos que os jovens utilizavam.

Senado aprova PL da Adultização e empresas de tecnologia terão novas responsabilidades

A internet se tornou um ambiente onipresente na vida de crianças e adolescentes, mas, junto com as oportunidades de conexão e aprendizado, surgem perigos significativos. Pensando em ampliar a proteção de menores nesse espaço, o Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (27), o Projeto de Lei nº 2.628, apelidado de “ECA Digital” ou PL da Adultização. A proposta visa estender as proteções do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para o ambiente digital, responsabilizando as plataformas por garantir a segurança de seus jovens usuários.

O debate sobre a proteção de crianças na internet ganhou urgência após a denúncia de casos de adultização, como o do influenciador que explorava a imagem de menores em conteúdos sexualizados, revelado pelo youtuber Felca. Essa discussão impulsionou a aprovação do projeto de lei que visa proteger os menores no ambiente digital.

O que muda com o “ECA Digital”?

O projeto de lei não apenas proíbe, mas exige uma postura proativa das empresas de tecnologia. Hoje, a responsabilidade pela segurança online dos jovens recai principalmente sobre os pais. Com a aprovação do projeto de lei, a responsabilidade pela segurança de crianças e adolescentes passa para as plataformas digitais, que serão legalmente obrigadas a implementar medidas de proteção rigorosas

O doutor em direito digital, Lucas Ruiz Balconi, descreve essa mudança como a passagem de uma postura reativa para uma proativa. A segurança não será mais vista como um “problema do usuário”, mas como uma responsabilidade de engenharia da própria plataforma. Isso significa que, antes de lançar novos produtos ou alterar seus algoritmos, as empresas deverão avaliar e mitigar riscos como vício em telas, exposição a conteúdos nocivos (como pornografia, bullying, incentivo ao suicídio) e jogos de azar.


Além de prevenir o acesso a conteúdos prejudiciais, o “ECA Digital” impõe uma série de novas obrigações às empresas de tecnologia. (Vídeo: reprodução/X/@psbnosenado40)

Novas responsabilidades e fiscalização

O “ECA Digital” vai além da prevenção de conteúdos nocivos, estabelecendo novas responsabilidades para as empresas de tecnologia. O advogado especialista em direito público, André Dantas, explica que as plataformas serão obrigadas a:

  • Verificar a idade de quem acessa seus serviços;
  • Vincular contas de menores a um responsável;
  • Restringir publicidade direcionada a crianças e adolescentes;
  • Oferecer ferramentas de controle parental ativadas por padrão.

Para assegurar o cumprimento da lei, o projeto estabelece a criação de uma autoridade nacional autônoma. Este novo órgão terá a função de fiscalizar e auditar as plataformas, podendo aplicar sanções severas, como multas de até R$ 50 milhões, em caso de descumprimento. Inspirada em modelos europeus como o Digital Services Act (DSA), a medida visa fortalecer o poder do Estado e garantir que o interesse público prevaleça sobre os interesses comerciais das empresas.

Após a aprovação simbólica no Senado, o texto agora avança para a sanção presidencial. A expectativa é que, ao entrar em vigor, o “ECA Digital” mude a maneira como a internet é utilizada por crianças e adolescentes, criando um ambiente mais seguro e protegido para o seu desenvolvimento.

Hytalo Santos e o marido chegam a presídio na Paraíba

O influenciador Hytalo Santos e o marido, Israel Vicente, conhecido como Euro, foram transferidos nesta quinta-feira (28) para a Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega, conhecida como Presídio do Roger, em João Pessoa.

A decisão foi determinada pela Justiça na terça-feira (26). Antes da transferência, o casal estava em prisão preventiva no Centro de Detenção Provisória 1 (CDP-1), em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo.

Relembre o caso e a repercussão

Hytalo Santos e o marido já eram investigados pelo Ministério Público da Paraíba por exploração e tráfico de menores. O caso ganhou grande repercussão após o influenciador Felca divulgar um vídeo denunciando a adultização e a exploração explícita de menores nas redes sociais do casal.


Denúncia sobre a adultização e exploração de menores nas redes sociais (Vídeo: reprodução\YouTube\Felca)

Depois da repercussão, a Justiça decretou prisão preventiva para os influenciadores. Segundo a polícia, o casal planejava fugir do país após a divulgação do vídeo, que denunciava não apenas os dois, mas também outros influenciadores envolvidos na exploração da imagem de menores.

Os desdobramentos da prisão e a defesa do casal

A Justiça suspendeu as contas de Hytalo e Euro nas redes sociais e dos menores envolvidos no caso. Para o Ministério Público, o casal lucrava consideravelmente com o uso da imagem desses menores.

A defesa de ambos negou as acusações e alega que os investigados são inocentes. A Justiça negou o pedido de liberdade enquanto durarem as investigações. Houve ainda uma tentativa da defesa de solicitar a transferência para a penitenciária conhecida como “prisão das estrelas”, em Tremembé, no interior de São Paulo, alegando questões de segurança para os clientes devido à repercussão do caso.

Quando as prisões foram efetuadas, no pronunciamento do casal, os dois alegaram inocência e disseram não compreender o motivo de estarem sendo presos. Eles afirmaram que jamais tiveram a intenção de prejudicar menores de idade e destacaram que todas as atividades em suas redes sociais seriam supervisionadas.

Caso Hytalo Santos: MPT-PB solicita bloqueio de bens do influenciador e marido

Na última segunda-feira (18), o Ministério Público do Trabalho (MPT) da Paraíba solicitou o bloqueio de bens do influenciador Hytalo Santos e do marido dele, Israel Nata Vicente. Ao todo, a medida bloqueia um patrimônio avaliado em até R$ 20 milhões de empresas, carros de luxo e outros bens. 

O pedido expedido pelo MTP e divulgado na última quarta-feira (20), tem como objetivo garantir o pagamento de “indenização por dano moral coletivo e medidas de reparação e assistência às vítimas”, uma vez que há evidências de ocultação de bens. 

Hytalo Santos e o marido estão detidos na Cadeia Pública de Carapicuíba, localizada na Grande São Paulo, após cumprimento de mandado de prisão preventiva a partir das investigações do Ministério Público (MP) da Paraíba que acusa o casal de tráfico humano e exploração sexual infantil. 

A prisão 

Em cumprimento aos mandados de prisão expedidos pela 2ª Vara da Comarca de Bayeux, da Paraíba, o influenciador Hytalo Santos e seu marido, Israel Nata Vicente, foram presos preventivamente em Carapicuíba, na Grande São Paulo, na última sexta-feira (15). Isso porque, após a repercussão do vídeo acusatório do youtuber Felca, o casal teria viajado e a justiça paraibana interpretou a viagem como uma tentativa de fuga. 


Na última quarta-feira (20), Câmara Federal aprova projeto de lei contra adultização de crianças e adolescentes na internet (Foto: reprodução/Arthur Menescal/Bloomberg via Getty Images Embed)


Foram responsáveis pelo cumprimento da prisão, policiais da 3ª Delegacia de Investigações sobre Estelionato e Crimes Contra a Fé Pública (DIG) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que, além de efetuarem a detenção do influenciador e seu companheiro, também realizaram buscas no endereço em que eles foram encontrados, segundo pedia o mandado judicial expedido pela Justiça da Paraíba. 

Na última segunda-feira (18), Hytalo Santos e Israel Nata foram transferidos do presídio de Carapicuíba para o Centro de Detenção Provisória (CDP), localizado em Pinheiros, zona oeste da capital paulista. 

“As apurações criminais vêm sendo conduzidas com rigor técnico e absoluto respeito aos direitos e à dignidade das vítimas, especialmente crianças e adolescentes. Entretanto, o vazamento de informações sigilosas e a execução de medidas de natureza civil, dissociadas dos métodos próprios da investigação criminal, têm prejudicado a eficiência e a segurança do trabalho investigativo, além de potencialmente expor as vítimas a novos riscos”, diz o MP em nota oficial.

A investigação

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) iniciou as investigações em 2024, dividindo o caso em duas promotorias, a de Bayeux e a de João Pessoa. A primeira, comandada pela promotora Ana Maria França, teve início após denúncias de vizinhos do influenciador que o acusaram de promover festas com adolescentes de topless e consumindo bebidas alcoólicas. 

Já a promotoria de João Pessoa, que tem João Arlindo como responsável do caso, investiga o possível esquema feito pelo influenciador e seu marido de promover a emancipação de crianças e adolescentes em troca de presentes aos seus familiares. 

Hytalo Santos e marido seguem sem visitas na prisão e aguardam transferência para Paraíba

Em uma reviravolta no caso que chocou o país, o influenciador digital Hytalo Santos e seu marido, Israel Vicente, conhecido como Euro, enfrentam uma dura realidade no sistema carcerário de São Paulo. De acordo com informações da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), o casal não tem direito a receber visitas de parentes na unidade prisional onde está detido. A medida faz parte do Regime de Observação, um procedimento padrão para todos que ingressam no sistema prisional paulista.

Atualmente, Hytalo e Euro estão no Centro de Detenção Provisória (CDP) 1 de Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo. A única exceção ao protocolo de visitas são os advogados do casal, que têm permissão para se encontrar com seus clientes. Durante esse período de observação, que geralmente dura cerca de 20 dias, os influenciadores não têm contato com outros presos, garantindo assim a segurança e o devido processo de avaliação de sua situação.

A Espera por Transferência e as Acusações Chocantes

Apesar de estarem em São Paulo, a transferência de Hytalo e Euro para uma penitenciária na Paraíba é iminente. A Justiça determinou que um plano para a mudança fosse apresentado em um prazo de cinco dias, com vencimento neste sábado (23). O trâmite complexo será coordenado pelas autoridades de ambos os estados, mas ainda não há uma data definida para a concretização da transferência.

A prisão preventiva do casal foi realizada pela Polícia Civil de São Paulo na última sexta-feira (15), em cumprimento a um mandado judicial emitido pela Paraíba. Eles são investigados pelo Ministério Público da Paraíba (MP-PB) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) por crimes graves, incluindo exploração sexual de menores, trabalho infantil e tráfico humano. As acusações estão ligadas a conteúdos que eles produziam e divulgavam em suas redes sociais.


Vídeo da audiência de custódia de Hytalo Santos (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)

A Influência e a Repercussão

A investigação contra Hytalo e Euro ganhou notoriedade após um vídeo do youtuber Felca viralizar, denunciando a exploração de crianças e adolescentes. Segundo a acusação, a repercussão do vídeo foi o estopim que motivou o casal a abandonar a mansão onde viviam na Paraíba e fugir para Carapicuíba, na Grande São Paulo. A prisão se tornou necessária, de acordo com as autoridades, para evitar uma possível tentativa de fuga do país.

Como resultado da investigação, a Justiça também ordenou a suspensão das contas de Hytalo, Euro e dos menores envolvidos nas redes sociais. A medida visa interromper a circulação do conteúdo e os ganhos financeiros que o casal obtinha com a exploração de suas audiências milionárias.

Apesar das acusações, a defesa do casal nega veementemente todos os crimes e alega inocência. Os pedidos de liberdade e a transferência para uma unidade prisional de Tremembé, que seria considerada mais segura, foram negados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), reforçando a gravidade das acusações e a determinação da Justiça em manter os influenciadores presos durante o processo de investigação.

Câmara aponta urgência em projeto contra adultização de crianças

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (19) regime de urgência na tramitação de projeto de combate à adultização de crianças nas redes sociais. O projeto de lei prevê medidas de proteção a menores de idade e responsabilização às plataformas digitais. A aprovação foi feita de maneira simbólica, sem a contagem de votos dos deputados, no início da sessão. Segundo a oposição, o projeto tem pontos muito abertos mal e direcionados, que podem promover censura. 

O projeto

O texto, de redação do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), já foi aprovado no Senado no fim do ano passado e propõem entre outros pontos: 

  • regras de proteção à crianças e adolescentes no ambiente digital;
  • responsabilização das plataformas;
  • obrigação da retirada de conteúdos criminosos mesmo sem decisão judicial;
  • mecanismos nas redes que possibilitam controle parental;

Ilustração animada do Governo Federal que explica a proteção de crianças na internet (Vídeo: reprodução/x/@govbr)

A oposição protestou contra trecho da redação que determina aplicação da norma a todos os produtos ou serviços de tecnologia da informação direcionados de acesso provável por crianças e adolescentes no Brasil. Os parlamentares avaliam que “acesso provável” é muito amplo e pode dar força “desproporcional” à lei, que deveria ser segmentada apenas para o público infantojuvenil. 

A Câmara deve votar hoje (20) o ‘PL da Adultização’, Projeto de Lei 2.628/2022. O relator do projeto é o deputado Jadyel Alencar (Republicanos-PI). Caso aprovado, irá para a sanção do presidente Lula. 

A atuação de Felca

A mobilização em torno do processo de adultização nas redes sociais se fortaleceu após Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, publicar no dia 6 deste mês vídeo que denuncia Hytalo Santos e outros influenciadores por exploração e exposição de menores nas redes sociais.


Publicação de Felca denunciando a adultização (Vídeo: reprodução/YouTube/Felca)

O vídeo de Felca está com mais de 47 milhões de visualizações e foi discutido e apoiado por grandes veículos de mídia e personalidades famosas brasileiras.

Hytalo Santos, influenciador paraibano, e seu marido, Israel Nata Vicente – conhecido como Euro, foram presos na sexta (9) em São Paulo. Eles estão sendo investigados pelo Ministério Público da Paraíba (MP-PB) e Ministério Público do Trabalho (MPT) por exploração e exposição de menores em suas redes sociais. 

Justiça autoriza quebra de sigilo de perfis que acusaram Felca no caso de adultização

O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou a quebra de sigilo dos nomes das pessoas que acusaram o influenciador Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, de pedofilia. A acusação ocorreu após vídeo em que ele denunciava a adultização de crianças e adolescentes na internet.

Segundo a Justiça, o influenciador demonstrava como o algoritmo dos aplicativos funciona e o modus operandi de pedófilos, para alertar pais sobre os riscos de expor filhos nas redes sociais. No mesmo vídeo, Felca anunciou que abriria processos contra mais de 200 perfis que o difamaram, mas propôs um acordo: caso os responsáveis doassem R$250 para instituições de proteção de crianças e adolescentes, os processos seriam retirados.

A repercussão do caso de adultização

​A repercussão do caso abriu uma discussão sobre a exploração da imagem de menores e a sexualização de crianças e adolescentes na internet. Em seu vídeo, o youtuber Felca explica casos de crianças que ensinam sobre investimentos até os mais extremos e pesados, como um reality com adolescentes em uma casa, com festas e namoro inadequado. O maior alvo de Felca foi o também influenciador digital Hytalo Santos e sua pupila, a menor Kamylinha

​A influenciadora, que está presente nos vídeos de Hytalo desde os 12 anos, é explorada de uma forma sexualizada, o que para muitos se enquadra no contexto de pedofilia, além de realizar shows em ambientes inadequados para um menor. O vídeo faz um alerta sobre o uso das redes e o intuito, por vezes indefeso, dos pais que mostram seus filhos em uma terra de ninguém que é a internet. Segundo Felca, o vídeo começa com exemplos mais leves de adultização e avança para os mais pesados, que ele considera como pedofilia.


Vídeo sobre a adultização entre crianças e adolescentes nas redes sociais (Vídeo: reprodução/ YouTube/ Felca)

O pronunciamento de Hytalo Santos

Em nota enviada à CNN na manhã desta quinta-feira (14), o influenciador digital declarou que sempre agiu de acordo com a lei e negou qualquer tipo de exploração de crianças e adolescentes.
A defesa de Hytalo Santos afirma estar à disposição da Justiça para colaborar e informa que o influenciador não tinha conhecimento sobre o mandado de busca e apreensão em uma de suas residências.

A Justiça da Paraíba determinou a suspensão de suas redes sociais, a desmonetização de seus conteúdos e proibiu qualquer contato com os menores citados na investigação em andamento. Desde 2024, o influenciador vem sendo alvo de investigações pelo crime de exploração de menores em seus conteúdos para a internet.

A Justiça da Paraíba determinou a suspensão de suas redes sociais, a desmonetização de seus conteúdos e proibiu qualquer contato com os menores citados na investigação em andamento. Desde 2024, o influenciador vem sendo alvo de investigações pelo crime de exploração de menores em seus conteúdos para a internet.