Uma jovem de 22 anos morreu em um hospital de Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, após sofrer um choque anafilático — uma reação alérgica grave — ao entrar em contato com uma substância química conhecida como contraste, utilizada para melhorar a visualização de órgãos e tecidos durante exames de imagem. A vítima foi identificada como Leticia Paul.
Segundo informações, Leticia recebeu atendimento imediato, foi entubada e passou por procedimentos de emergência, mas, infelizmente, não resistiu e faleceu na última quarta-feira (20).
Letícia em divulgação de salão de beleza (Fotos: reprodução/Instagram/@cleideback_beautyartist)
O que é o contraste e para que serve
O contraste é uma substância usada em exames como tomografia, ressonância magnética e radiografia. Ele ajuda os médicos a detectar alterações no corpo com maior precisão. Dependendo do exame, o contraste pode ser ingerido, injetado na veia, introduzido em articulações ou até em cavidades do organismo.
Os tipos mais comuns são feitos à base de iodo, bário ou gadolínio. Normalmente, o efeito do contraste dura até duas horas, sendo eliminado pelo organismo por meio da urina. Por isso, recomenda-se ingerir bastante água após o procedimento.
Riscos e efeitos colaterais
Na maioria dos casos, o contraste é seguro e funciona conforme o esperado. No entanto, em situações raras, pode causar reações adversas, como urticária, coceira, dificuldade para respirar, queda de pressão arterial e, em casos extremos, choque anafilático.
Essas reações adversas ocorrem em uma pequena parcela dos pacientes, com cerca de 0,6% apresentando reações alérgicas leves e cerca de 0,04% tendo reações graves com agentes iodados. Com os agentes de gadolínio, essas reações são ainda mais raras, com incidência de 0,008%. Para pacientes com histórico de reações, é comum o uso de pré-medicação com corticosteroides (como prednisona) e anti-histamínicos (como difenidramina). Esse protocolo pode reduzir drasticamente as chances de uma nova reação.
Por isso, especialistas orientam que pacientes informem ao médico sobre alergias, problemas de saúde, gravidez e medicamentos de uso contínuo antes do exame. Em casos graves, os sintomas costumam surgir nas primeiras 48 horas após a aplicação.
