Negociadores de alto escalão dos Estados Unidos e da China se reuniram nesta segunda-feira (28), em Estocolmo, na Suécia, para discutir uma possível solução para a disputa comercial que opõe as duas potências há meses. O encontro marca uma nova tentativa de avançar nas conversas que vinham sendo conduzidas em cidades como Genebra e Londres, mas que ainda não resultaram em avanços concretos.
As tensões entre os países têm gerado impactos nas cadeias globais de suprimentos, com tarifas que ultrapassam 100% em alguns setores. Em junho, Washington e Pequim chegaram a um acordo preliminar para conter a escalada, mas sem resolver as divergências mais profundas. Agora, os Estados Unidos esperam fechar um entendimento definitivo até 12 de agosto, data apontada pelo governo do presidente Donald Trump como decisiva para evitar novas sanções.
Pressão por acordo cresce em meio a incertezas
A comitiva americana é composta por representantes do alto escalão econômico, enquanto o vice-primeiro-ministro He Lifeng chefia a delegação chinesa. A retomada das negociações ocorre em paralelo a outro esforço diplomático: neste domingo (27), Trump se reuniu com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na Escócia, para discutir um acordo com a União Europeia que pode incluir tarifas básicas de até 15%.
Embora representantes dos dois países evitem revelar detalhes das conversas, o presidente Donald Trump declarou que “há uma boa chance” de firmar um acordo com a China nas próximas semanas, sinalizando disposição para avançar nas negociações. Especialistas, porém, mantêm uma postura cautelosa, destacando que os principais obstáculos ainda giram em torno de questões tecnológicas e do modelo econômico chinês voltado à exportação.
Tensões comerciais persistem apesar dos esforços de diálogo
Além das tarifas, as negociações também focam em barreiras comerciais não tarifárias, como restrições de acesso a mercados e políticas de subsídios que, segundo os Estados Unidos, prejudicam a concorrência justa. Pequim, por sua vez, reivindica que as medidas americanas em setores estratégicos de tecnologia são uma forma de conter o crescimento chinês e proteger interesses geopolíticos.
Outro ponto sensível é a questão das cadeias globais de suprimentos, que sofreram interrupções significativas nos últimos anos devido às tarifas e à pandemia. Empresas de ambos os países enfrentam custos elevados e dificuldades para planejar investimentos em meio à instabilidade comercial. Por isso, a expectativa é que um acordo sólido ajude a restaurar a confiança dos mercados e minimize os riscos para o comércio mundial.
Por fim, apesar das tensões persistentes, analistas destacam que a retomada das negociações representa um passo importante para evitar uma guerra comercial mais profunda, que poderia desacelerar o crescimento econômico global. A atenção está voltada para as próximas semanas, quando o governo Trump deverá definir se mantém ou flexibiliza a linha dura adotada até aqui.
