A prisão de Hytalo Santos e Israel Vicente ocorreu na sexta-feira (15), em Carapicuíba, pela Polícia Civil de São Paulo, em cumprimento ao mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça da Paraíba. No sábado (16), o casal participou de audiência de custódia por videoconferência com o Fórum de Osasco, na Grande São Paulo, e se manifestou pela primeira vez, afirmando não compreender o motivo da detenção.
Hytalo e Israel estão sob investigação do Ministério Público da Paraíba (MP-PB) e do Ministério Público do Trabalho (MPT), suspeitos de exploração e exposição de menores, além de possível tráfico humano por meio de conteúdos publicados nas redes sociais. A audiência de custódia também permite que os detidos relatem abusos durante a detenção, mas nenhum relato de maus-tratos foi feito, e o juiz manteve a prisão preventiva.
Na segunda-feira (18), o casal foi transferido da cadeia pública de Carapicuíba para o Centro de Detenção Provisória (CDP) 1 de Pinheiros, em São Paulo, exclusivo para presos provisórios acusados de crimes contra a dignidade sexual. Hytalo deixou o local visivelmente emocionado. No dia seguinte, a Justiça rejeitou o pedido da defesa para transferência à Penitenciária de Tremembé, determinando que fossem levados a uma unidade prisional na Paraíba, conforme decisão do juiz Antônio Rudimacy Firmino de Sousa, da 2ª Vara da Comarca de Bayeux.
Repercussão de vídeo motiva prisões
Embora já fossem investigados há anos, as prisões ocorreram após a divulgação de um vídeo de 50 minutos publicado pelo influenciador Felca. O material mostrava supostas práticas de exploração, erotização e adultização de crianças e adolescentes. Na época, Hytalo e outros influenciadores estavam hospedados em uma mansão na Paraíba, de propriedade de Hytalo. Após a repercussão do vídeo, o casal deixou a residência e se mudou para Carapicuíba, onde alugou outro imóvel.
A Justiça paraibana considerou que a viagem poderia configurar tentativa de fuga e acatou o pedido do Ministério Público para decretar as prisões, além de determinar a suspensão das redes sociais dos investigados. A defesa do casal afirmou que a decisão é ilegal e reafirmou a inocência de Hytalo e Israel.
Hytalo e marido dizem pela 1ª vez à Justiça não entender por que foram presos (Vídeo: reprodução/Instagram/@portalg1)
Ameaças e medidas legais
Após as denúncias, Felca relatou ter recebido ameaças de morte pelas redes sociais. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a polícia de São Paulo pode investigar, mas é necessário registro formal da ocorrência, o que não havia sido feito até a última atualização da reportagem. A Justiça autorizou, a pedido dos advogados de Felca, que o Google quebre o sigilo de dados de uma conta de e-mail responsável pelas ameaças.
