Bolsonaro admite envio de R$ 2 milhões ao filho e confirma reunião com conselheiro de Trump nos EUA

Durante depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira (5), o ex-presidente Jair Bolsonaro admitiu ter se reunido com Ricardo Pita, um conselheiro do Departamento de Estado dos Estados Unidos, ligado aos assuntos do Hemisfério Ocidental. Apesar de confirmar o encontro, Bolsonaro preferiu não revelar o conteúdo da conversa, dizendo apenas que foi um diálogo reservado.

A oitiva faz parte da investigação que apura possíveis tentativas de atrapalhar o andamento de processos judiciais no Brasil, especialmente com foco na atuação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, em território norte-americano. A suspeita é de que Eduardo possa ter buscado apoio externo contra decisões de autoridades brasileiras, o que pode configurar obstrução de Justiça ou coação.

Bolsonaro se desvincula das ações do filho

Ao ser questionado sobre o papel do filho, Bolsonaro tentou se afastar de qualquer responsabilidade pelas atitudes de Eduardo. Segundo ele, o deputado age de forma independente e não compartilha detalhes sobre com quem se reúne nos Estados Unidos. Bolsonaro também negou que o filho esteja tentando interferir nas investigações que envolvem a tentativa de golpe de Estado.

Veja o vídeo da entrevista:


Bolsonaro diz ter enviado R$ 2 milhões ao filho Eduardo via PIX e afirma que o valor tem origem legal (Vídeo: Reprodução/YouTube/@BrasilUrgente)


Durante o depoimento, o ex-presidente reforçou que nunca procurou representantes americanos para discutir possíveis punições a autoridades brasileiras, como membros do Supremo Tribunal Federal, da Polícia Federal ou da Procuradoria-Geral da República. Ele afirmou, ainda, acreditar que os Estados Unidos não tomariam nenhuma atitude com base em pressões de terceiros.

Ajuda financeira veio de doações

Outro ponto abordado pelos investigadores foi o envio de dinheiro para Eduardo Bolsonaro se manter nos EUA. Bolsonaro explicou que transferiu R$ 2 milhões via PIX, no dia 13 de maio. Esse valor teria vindo de uma arrecadação online organizada em 2023, que somou cerca de R$ 17 milhões, com doações de apoiadores.

Além disso, Bolsonaro relatou que conversou com o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, sobre os gastos que estava tendo com o filho. Após essa conversa, Machado teria iniciado uma nova campanha para levantar mais recursos, sem que Bolsonaro soubesse, arrecadando aproximadamente R$ 1 milhão.

Segundo o ex-presidente, ele mesmo cuida do dinheiro dessas arrecadações e afirmou que tanto ele quanto sua esposa, Michelle Bolsonaro, recebem salário do Partido Liberal (PL), o que complementaria a renda da família.

Bolsonaro disse, ainda, que gostaria que o filho retornasse ao Brasil, mas que Eduardo decidiu permanecer fora do país após parlamentares do PT pedirem que seu passaporte fosse apreendido. A demora na decisão causou insegurança e acabou influenciando a escolha de permanecer no exterior por mais tempo.

Bolsonaro justifica envio de R$ 2 milhões para Eduardo nos EUA: “para não passar dificuldade”

Nesta quinta-feira (5), Jair Bolsonaro prestou depoimento à Polícia Federal sobre a investigação envolvendo seu filho Eduardo nos Estados Unidos. Após o interrogatório, o ex-presidente afirmou à imprensa que enviou R$ 2 milhões para Eduardo cobrir despesas no país. O ex-presidente justificou a transferência dizendo que queria evitar que o filho enfrentasse dificuldades financeiras.

Segundo Bolsonaro, não se trata de apoio a qualquer ato ilegal, e que o filho teria pedido sua ajuda financeira para sustentar sua família, composta pela esposa, uma filha de quatro anos e um filho de um ano. “Ajudei, botei um dinheiro na conta dele, bastante até. E ele está levando a vida dele. Dinheiro limpo, legal, Pix. Botei R$ 2 milhões na conta dele, porque lá fora é tudo mais caro, tenho dois netos. Não quero que passe dificuldade”, explicou Bolsonaro.


Jair Bolsonaro admite ter enviado dinheiro ao filho, Eduardo, que mora nos EUA (Vídeo: reprodução/X/@GloboNews)

Deputado é alvo de investigações no Brasil

Enquanto isso, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) enfrenta investigações que apuram possíveis crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigações relacionadas a organizações criminosas e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A pedido da PGR, a investigação foi aberta em maio. A alegação é que Eduardo tenta intimidar autoridades responsáveis por processos contra o pai, Jair Bolsonaro, e seus aliados.

Além disso, o filho do ex-presidente tem afirmado publicamente que busca junto ao governo norte-americano a imposição de sanções contra membros do Supremo Tribunal Federal (STF), da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Polícia Federal. Segundo ele, há uma perseguição política contra sua família no Brasil.

Eduardo Bolsonaro se afasta do cargo de deputado

O deputado federal por São Paulo anunciou, em março deste ano, que iria se licenciar do cargo e permanecer nos Estados Unidos com a família. Eduardo argumentou que enfrenta perseguição política e que sua volta ao país poderia resultar em medidas judiciais. Entretanto, para justificar sua permanência no exterior, ele busca apoio de autoridades americanas e defende sanções contra membros do STF, alegando que há abusos no sistema judicial brasileiro.

Além disso, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro reforçam a narrativa de que Eduardo sofre riscos caso volte ao Brasil. Enquanto isso, ele tenta viabilizar uma forma de exercer seu mandato remotamente, algo que não está previsto no regimento da Câmara dos Deputados.

Pix Automático começa a ser implementado e promete revolucionar pagamento de contas recorrentes no Brasil

O Banco Central (BC) apresentou oficialmente nesta quarta-feira (4) o Pix Automático, nova funcionalidade do sistema de pagamentos instantâneos que entrará em operação para todos os usuários a partir de 16 de junho de 2025. A novidade promete simplificar o pagamento de contas recorrentes, como água, luz, condomínio, academias e assinaturas, oferecendo uma alternativa moderna e mais acessível ao tradicional débito automático.

Diferente do débito em conta que exige convênios específicos entre empresas e bancos , o Pix Automático poderá ser utilizado por qualquer pessoa, com qualquer empresa, desde que haja a autorização prévia do consumidor. A operação será feita diretamente pelo aplicativo do banco, na área dedicada ao Pix, com a possibilidade de agendamento de cobranças com frequência semanal, mensal, trimestral ou anual.

Autorizar apenas uma vez o pagamento

O consumidor precisará autorizar o pagamento apenas uma vez. A partir disso, os valores serão debitados automaticamente na data definida. Caso necessário, o usuário poderá cancelar a autorização até a meia-noite do dia anterior à cobrança. Segundo o BC, o sistema realizará até duas tentativas de cobrança no dia do vencimento e, se não houver saldo suficiente, outras três nos dias seguintes. Em casos de atraso, multas e juros serão cobrados na próxima fatura.

O Banco Central destaca que o Pix Automático mantém os mesmos padrões de segurança já reconhecidos do sistema Pix e que os usuários continuam amparados pelo Mecanismo Especial de Devolução (MED), em caso de falhas ou fraudes.

A medida é vista como uma iniciativa para ampliar a inclusão financeira e digital no país. Segundo relatório da agência de classificação de risco Moody’s, soluções como o Pix estão transformando o setor bancário na América Latina, com impacto direto nas receitas e na concorrência. Inspirada pelo sucesso do sistema brasileiro, a Colômbia já trabalha na implementação do seu próprio modelo, batizado de Bre-B.

Banco do Brasil já começou


Símbolo do Banco do Brasil (Foto: reprodução/ Adobe Stock/einvestidor.estadao)

Algumas instituições financeiras já começaram a se antecipar ao cronograma. O Banco do Brasil, por exemplo, passou a oferecer o Pix Automático desde o dia 29 de maio para todos os clientes, tanto pessoas físicas quanto empresas. No entanto, para as companhias, será necessário firmar um convênio com o banco, além de seguir um prazo mínimo de 90 dias para agendamento das cobranças — período superior ao estipulado pelo BC, que varia entre dois e dez dias antes do vencimento.

Com o Pix Automático, o Banco Central reforça a aposta em soluções digitais para facilitar o dia a dia dos brasileiros, reduzindo burocracias e promovendo maior eficiência nos pagamentos.

Banco Central anuncia novos serviços para reforçar segurança bancária e facilitar acesso a valores esquecidos

O Banco Central (BC) anunciou nesta segunda-feira (26) um conjunto de novas funcionalidades com foco na segurança do sistema financeiro e na praticidade para os cidadãos. Entre as principais novidades, está a criação de um serviço que permite aos usuários restringirem voluntariamente a abertura de novas contas bancárias em seu nome, como forma de combater fraudes.

Foco no Sistema para impedir fraudes

Segundo o BC, a medida visa evitar a abertura de contas fraudulentas com uso de identidade falsa, além de impedir a inclusão indevida de novos titulares em contas conjuntas ou de responsáveis em contas de pessoas jurídicas. A ferramenta estará disponível a partir de dezembro deste ano para todos os usuários do Sistema Financeiro Nacional.


Como acessar o site GOV(Foto: reprodução/André Magalhães/Canaltech)

A aprovação ao serviço é opcional e pode ser feita por meio de uma conta no portal “gov.br” com nível de segurança prata ou ouro, e autenticação em duas etapas ativada. O sistema também permitirá que o cidadão reverta a restrição a qualquer momento, por tempo indeterminado ou determinado, conforme sua preferência. A funcionalidade exibirá o histórico de ativações, desativações e consultas realizadas por instituições financeiras — que, por sua vez, passarão a ser obrigadas a consultar essa base de dados antes de abrir novas contas.

Regaste de valores esquecidos

Além da nova camada de proteção contra fraudes, o BC anunciou uma atualização no Sistema Valores a Receber (SVR), que agora permite a solicitação automática de resgate de valores esquecidos em instituições financeiras. A nova função estará disponível a partir desta terça-feira (27) e tem como objetivo facilitar o processo, eliminando a necessidade de consultas frequentes e requisições manuais por parte do usuário.

“Queremos tornar mais simples o acesso aos valores que pertencem ao cidadão, sem a exigência de ações repetitivas para cada resgate”, destacou o BC em nota.

As funcionalidades anteriores do SVR permanecem inalteradas. Assim como o serviço de restrição à abertura de contas, a adesão ao resgate automático também é opcional e requer login com conta “gov.br” de nível prata ou ouro.

Em iniciativas futuras, o BC anunciou o lançamento de uma nova versão da “calculadora do cidadão” para 2026, com design modernizado e mais acessível. A ferramenta é amplamente utilizada para simular operações financeiras, como cálculo de juros e correção de valores pela inflação.

Ainda neste ano, em junho, será lançada uma nova versão do portal “Meu BC”, com mais serviços e informações centralizadas para o cidadão. Já para 2026, a autarquia prevê novos relatórios com dados sobre consórcios, Open Finance e marcações de chaves Pix com suspeitas de fraude.

Governo processa Meta por publicações fraudulentas que utilizavam símbolos oficiais

O governo abriu um processo contra a Meta, empresa de Mark Zuckerberg, para proibir o uso de símbolos oficiais e imagens de autoridades em golpes publicados no Facebook e Instagram, redes sociais que a empresa controla. A Advocacia-Geral da União (AGU) que tomou a iniciativa de entrar com a ação nesta segunda-feira (28).

De acordo com AGU, entre os dias 10 e 21 de janeiro, pelo menos 1.770 anúncios falsos foram postados nas duas redes sociais. As publicações simulavam programas do governo e usavam logotipos oficiais, nomes de órgãos públicos e imagens alteradas por inteligência artificial de personalidades políticas para dar legitimidade às fraudes e enganar usuários.


Facebook, Instagram e Whatsapp pertencem à Meta (Foto: reprodução/Meta)

A ação que a AGU moveu é baseada em dados revelados em fevereiro por um estudo feito pelo Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais da UFRJ (NetLab).

Os golpistas se aproveitaram da onda de desinformação sobre o Pix para enganar as vítimas. Seus golpes prometiam, por exemplo, depósitos de valores através do sistema de transferência mediante o pagamento de uma taxa falsa.

Moderação ineficaz e indenização

A AGU declara que as publicações tinham erros gritantes, como nomes de programas que não existem e padrões gráficos diferentes dos utilizados pelo governo. A instituição afirma que esses erros poderiam ter sido identificados facilmente se as plataformas tivessem realizado uma análise adequada do conteúdo

A ação foi movida especificamente contra a empresa Facebook Brasil, que é responsável pela publicidade das plataformas da Meta no país. O governo pede que a empresa adote métodos de verificação de anúncios mais eficazes, indenize a sociedade por danos morais coletivos e devolva valores adquiridos com a veiculação das postagens falsas. Esses recursos devem ser destinados ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos.

A Meta disse que não comentará o assunto.

PIX: Banco Central exclui chaves de pessoas e empresas com irregularidades fiscais

Nesta quinta-feira (6), o Banco Central (BC) comunicou mudanças nas regras do Pix. Para aumentar a segurança das transações e evitar golpes, pessoas e empresas com situação irregular na Receita Federal terão suas chaves excluídas.

A verificação de conformidade deverá ser efetuada sempre que houver uma operação envolvendo uma chave Pix, como uma alteração de informações ou uma portabilidade, de acordo com o BC.

Alterações

A mudança principal é que os dados de empresas e pessoas vinculadas as chaves Pix sejam os mesmos registrados nas bases de CPF e CNPJ da Receita Federal. O Banco Central quer evitar golpistas desviem recursos para contas de terceiros, usando nomes de empresas reais.

A nova medida determina que CPF com situação cadastral “suspensa”, “cancelada”, “titular falecido” e “nula” e empresas com o CNPJ com situação cadastral “suspensa”, “nula”, “baixada” e “inapta”, não poderão ter chaves registradas.

“Para garantir que os participantes do Pix cumpram as novas regras, o BC irá monitorar periodicamente a conduta dos participantes, podendo aplicar penalidades para aquelas instituições que apresentem falhas nesse processo”, afirma a autoridade monetária.


Foto destaque: Banco Central anuncia mudanças no PIX (Foto: reprodução/Portal O Informante)

Outras mudanças

Segundo o BC, será proibido a alteração de informações vinculadas a chaves aleatórias. A partir de agora, não poderá mais alterar informações vinculadas a essa chave e caso necessário, deverá excluir a antiga e criar uma chave aleatória nova, com as informações atualizadas. A nova regulamentação também informa que as chaves do tipo e-mail não poderão mais mudar de dono.

O Banco Central informou que liberou a realização de devolução de qualquer valor em dispositivos de acesso não cadastrados. A medida que restringiu transações PIX em dispositivos de acesso não cadastrados no valor de, no máximo, R$ 200, estava impedindo que transações de devolução de boa-fé iniciadas pelo próprio recebedor pudessem ser feitas.

É importante salientar que o BC informou que não vai excluir as chaves PIX de pessoas físicas e empresas por falta de pagamentos de tributos, a restrição é apenas para irregularidades na identificação cadastral. São medidas para combater as fraudes no Pix.

Pix por aproximação transforma pagamentos e facilita a experiência do consumidor

O pix surgiu em 2020 e desde lá o Banco Central tem lançado novidades para facilitar a vida dos usuários. Agora, a forma de pagamento chega ao usuário de forma mais vasta: o pix por aproximação. A ideia é tornar as transações mais práticas, tanto nas compras presenciais quanto online, isso faz com que os pagamentos se tornem ainda mais simples e rápidos.

O que muda com o Pix por aproximação?

Com essa atualização, pagar com Pix fica mais fácil, sem precisar abrir o app do banco. No caso das compras em lojas físicas, basta encostar um celular com tecnologia NFC na maquininha, sem a necessidade de digitar nada, como já acontece com cartões de crédito e débito. A novidade, por enquanto, só funciona em celulares Android.

Já no e-commerce, a principal mudança é que o usuário não precisa mais copiar e colar códigos Pix para concluir os pagamentos. Quem já aderiu ao Open Finance pode vincular sua conta bancária a uma carteira digital e pagar diretamente, sem precisar sair do site da loja para acessar o aplicativo do banco.

Segundo as informações obtidas pelo Globo.com, o diretor de negócios da Lina Open X, Murilo Rabusky, explicou:

O grande objetivo do Pix por aproximação é impulsionar a adesão do Pix na compra do online. No mundo físico, melhorar a experiência de pagamento usando o celular, para que não seja mais preciso abrir aplicativo de banco e ler código QR code, ou ficar sem comprar algo no Pix porque o app está fora do ar.


Pix por aproximação (Foto: reprodução/Itaú)

O que muda para consumidores e lojistas?

Para quem compra, a novidade significa mais agilidade e segurança, eliminando etapas no pagamento e reduzindo riscos de erro ou fraudes com QR Codes falsos.

Para os lojistas, a conversão de vendas pode melhorar, já que o processo fica mais rápido e fluido, sem que o cliente precise acessar outro aplicativo para finalizar a compra. Além disso, a integração com bancos se torna mais fácil graças a uma API padronizada.

O cofundador da Pluggy, Bruno Loiola, também destacou o impacto dessa inovação:

“A nova funcionalidade permitirá que meios de transporte coletivo, como ônibus e metrô, adotem o Pix de forma ainda mais prática, como uma alternativa direta aos bilhetes eletrônicos e cartões de transporte. E serviços como pedágios e estacionamentos poderão ser pagos de maneira mais fluida e sem atrito”, avalia ao Globo.com.


Quando a novidade estará disponível?

O recurso foi testado em fase piloto desde novembro, através do Google Pay, com alguns bancos e instituições financeiras. A partir de agora, praticamente todas as instituições ligadas ao Open Finance são obrigadas a oferecer essa funcionalidade. Bancos como Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú, Nubank, entre outros, já estão aderindo. Conforme as novas regras do Banco Central, praticamente todas as instituições financeiras participantes do Open Finance, representando 99% do total, estão obrigadas a oferecer essa opção aos clientes.

A expectativa é que, até 2026, outras instituições também passem a disponibilizar esse serviço, a exigência se estende a todas as instituições que participam do Pix. Mesmo aquelas que ainda não são obrigadas, podem acabar adotando a novidade para não perder clientes.

Embora o uso do Pix por aproximação ainda seja opcional para lojistas e maquininhas, especialistas acreditam que essa facilidade pode impulsionar o meio de pagamento em diversos setores, como transporte público, pedágios e estacionamentos.

Com essa evolução, o Pix se fortalece ainda mais como uma das principais formas de pagamento no Brasil, oferecendo mais praticidade e segurança para todo mundo.

Falha do PIX causa transtorno e deixa usuários na mão

Aqueles que tentaram utilizar o PIX na manhã da quinta-feira (13) podem ter tido alguns problemas. Os usuários de diversos bancos e Fintech indicaram a dificuldade em realizar transferências e pagamentos até o momento em que o sistema não respondeu. O Banco Central (BC) informou que houve um problema momentâneo do sistema e assegurou que o problema já foi sanado.

Reclamações tomam conta das redes sociais

A instabilidade surpreendeu muitas pessoas. Desde a manhã, consumidores do Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Santander, Nubank, C6 Bank, PicPay e Stone reclamaram de serviços fora do ar. O site Downdetector, que monitora falhas em aplicativos, registrou um pico de mais de 4.400 reclamações por volta das 9h10.

“Tentei pagar o mercado e nada! Como faz sem dinheiro vivo?”, questionou um usuário no Twitter. “Tinha que transferir um dinheiro urgente e o PIX simplesmente travou”, lamentou outro.


Banco Central do Brasil (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)


Banco Central garante que já está tudo certo

Pouco depois das 10h, o Banco Central se pronunciou sobre o problema. “Identificamos uma falha na consulta às chaves do PIX, o que causou instabilidade momentânea. O problema já foi resolvido e o sistema está operando normalmente”, informou a instituição.

O C6 Bank, uma das empresas afetadas, também comunicou que enfrentou dificuldades entre 8h50 e 9h50, mas garantiu que o serviço já estava normalizado. Outros bancos deram declarações semelhantes, confirmando que as operações foram retomadas.

Instabilidade recorrente preocupa usuários

Essa não foi a primeira vez que o PIX apresentou problemas em um curto período. Na sexta-feira anterior (7), o sistema já havia ficado fora do ar por algumas horas, afetando todas as instituições financeiras do país.

O PIX se tornou essencial no dia a dia dos brasileiros, trazendo praticidade e rapidez para pagamentos e transferências. Mas a repetição dessas falhas tem deixado muita gente preocupada. Especialistas alertam que o Banco Central precisa reforçar a estabilidade do sistema para evitar novos apagões.

Enquanto isso, os usuários seguem torcendo para o PIX continuar funcionando sem mais problemas.

Governo reafirma proibição de taxas no Pix

O governo federal publicou nesta quinta-feira (16) uma medida provisória que reforça a proibição de taxar o uso do Pix. A MP também impede que comerciantes adicionem taxas em vendas feitas com o sistema de pagamento instantâneo, isto é, o valor cobrado aos consumidores que optam pelas transferências financeiras via Pix deve ser igual ao valor cobrado em dinheiro.

Proibição de taxas adicionais

A Medida Provisória, anunciada ontem (15) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). O documento foi anunciado após crise causada por alterações na fiscalização do sistema Pix.

De acordo com o texto assinado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva e por Fernando Haddad: “Essa MP reforça tanto os princípios de não oneração quanto as cláusulas de sigilo bancário do sistema, que foram objeto de exploração por criminosos”.

Ainda segundo o texto, a cobrança de valores mais altos para pagamentos por meio de Pix à vista é considerada uma prática abusiva, submetida às punições previstas no Código de Defesa do Consumidor.

“Constitui prática abusiva, para os efeitos do art. 39 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, a exigência, pelo fornecedor de produtos ou serviços, em estabelecimentos físicos ou virtuais, de preço superior, valor ou encargo adicional em razão da realização de pagamentos por meio de Pix à vista”


Pix, ferramenta de pagamento instantâneo (Foto: reprodução/Shutterstock)

Fiscalização de operações financeiras

Além disso, a norma da Receita Federal que expandia o controle sobre transações realizadas com Pix e cartão de crédito também foi anulada pelo governo. A prescrição normativa estabelecia que instituições de pagamento, como bancos digitais e operadoras de cartão, deveriam enviar seus dados à Receita quando os valores fossem maiores que R$ 5mil, para pessoas físicas, e R$ 15 mil, para empresas.

Embora a medida deixasse claro que o objetivo da Receita Federal era supervisionar possíveis atividades suspeitas de instituições de pagamento, o governo teve que lidar com falsas acusações, que alegavam que essa inspeção complementar poderia gerar novas taxações sobre as transferências.

Governo garante PIX livre de tributos e revoga novas regras de fiscalização

Após uma avalanche de informações falsas, sugerindo uma possível taxação, o governo tomou medidas para tranquilizar a população, revogando as novas regras de fiscalização e reforçando a proteção desse meio de pagamento tão popular. PIX, ferramenta que revolucionou a forma como milhões de brasileiros fazem pagamentos e transferências, continua gratuito e acessível.

Como tudo começou

No início deste ano, a Receita Federal decidiu atualizar as normas de monitoramento financeiro, incluindo o PIX nas mesmas regras que já valiam para cartões de crédito e depósitos bancários.

A ideia era acompanhar movimentações financeiras acima de R$ 5 mil mensais para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas, como forma de combater fraudes e sonegação fiscal. No entanto, não demorou para que boatos começassem a circular nas redes sociais, afirmando que o governo iria taxar o PIX. A repercussão foi imediata.


Governo revoga ato de monitoramento do Pix (Vídeo: reprodução/CNN Brasil)

O que o governo decidiu fazer

Diante do impacto das fake news, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que as novas regras seriam revogadas. O governo também decidiu criar uma Medida Provisória (MP) para garantir que o PIX nunca poderá ser tributado, e que os consumidores não serão prejudicados com cobranças adicionais em pagamentos feitos por meio desse sistema.

Essa MP também impede que lojas ou prestadores de serviço cobrem preços diferentes dependendo da forma de pagamento. Em outras palavras, quem optar por pagar com PIX terá o mesmo preço que quem paga em dinheiro.

Por que o PIX não será taxado

Segundo Haddad, o PIX é uma transferência direta entre contas e não envolve operações de crédito, como acontece com cartões de crédito e débito. É uma solução prática e eficiente que, além de ser gratuita, tem promovido inclusão financeira, permitindo que milhões de brasileiros façam transações de forma segura e rápida, sem depender de dinheiro em espécie.

Além de revogar as normas, o governo se comprometeu a tomar medidas contra a desinformação. A Advocacia-Geral da União (AGU) vai acionar a Polícia Federal para investigar a origem dos boatos, enquanto os Procons Estaduais serão mobilizados para proteger consumidores de práticas abusivas.

O governo também avalia lançar campanhas educativas para esclarecer dúvidas e reforçar a confiança no PIX, que já se consolidou como um dos meios de pagamento mais utilizados no Brasil.

E agora, o que volta a valer

Com a revogação das normas, tudo volta a ser como era antes. O monitoramento financeiro retorna aos limites anteriores: movimentações acima de R$ 2 mil para pessoas físicas e R$ 6 mil para empresas continuarão sendo reportadas pela Receita Federal, mas apenas pelos grandes bancos varejistas.

As fintechs e instituições de pagamento, que tinham sido incluídas nas novas regras, ficam isentas dessa obrigação.

O PIX e seu papel na economia brasileira

Desde que foi lançado em 2020, o PIX mudou a forma como fazemos transações financeiras. É rápido, fácil e gratuito, características que o tornaram indispensável para pessoas e empresas. Hoje, ele é usado por mais de 80% da população economicamente ativa, mostrando sua força e aceitação em todo o país.

Garantir que o PIX continue gratuito não é apenas uma questão prática, mas também uma forma de proteger a inclusão financeira e promover a modernização do sistema financeiro brasileiro.

A mensagem do governo é clara: o PIX permanece gratuito, seguro e acessível. As ações contra fake news e a revogação das normas mostram o compromisso de proteger o que já se tornou um símbolo de inovação e inclusão no Brasil.